MISSÃO
JOVEM NO MATO GROSSO!
Olá
juventude claretiana eu (Aristides - Neto) mais uma vez com a graça de Deus tenho
a oportunidade de partilhar mais uma experiência única e fantástica que tive na
semana santa em minha vida. Vitória Kessia e eu (ambos somos integrantes do “Coração
Jovem” da Paroquia Coração de Maria - SP) fomos convidados para juntos com o
padre Ronaldo Mazula, Cmf sair em missão nas aldeias indígenas do Mato Grosso
neste tempo de Semana Santa. Antes da viagem, nos reunimos e decidimos que nos
jovens ficaríamos com a parte de catequese que inclui preparação dos indígenas
para a primeira comunhão e crisma que foram realizados nesta semana em que
estivemos na aldeia.
Enfim
chegou o grande dia da viagem, no coração a ansiedade e a alegria, nos
primeiros momentos percebemos que não seria nada fácil, a viagem é muito longa
e apertada já que conseguimos muitas doações para levar até as aldeias e cansativa,
pois ficamos na estrada durante 24 horas para chegar à aldeia base que é dos Bakairi.
A
primeira impressão foi totalmente contrária do imaginado, porque nós “brancos”
temos aquela visão de que índio anda pelado, com a flecha na mão e na ponta o
peixe, enfim totalmente diferente do que imaginava...
Fomos
recebidos com muita alegria e gentileza pelos indígenas, a aldeia estava em
festa, pois comemorava a festa de SÃO JOSE, nesta festividade, fomos convidados
para comer na casa dos donos da festa, tradicionalmente nas festas da aldeia
tem sempre o dono e a dona da festa (que chamamos de festeiros). Até o presente
momento seguimos aquilo que é de costume em uma festa; conversar com as pessoas
e fazer o prato para a alimentação. Só que neste momento começamos entender
onde estamos. Isto porque no momento de pegar a comida eu olho para cima e vejo
o rabo do boi que foi morto para alimentar toda a aldeia, olho para o lado vejo
as patas do boi e do outro estava à cabeça do boi meu Deus, mal conseguir
engolir o arroz, pois além da cena o cheiro já estava bem forte.
Para
compreender o que aconteceu começamos a ter aulas de cultura neste simples
ambiente, porque na tradição deles quando se mata algum animal para alimentação
as partes do bicho necessitam estar presente, pois e dele que veio a carne,
então e uma forma de deles “comemorar” junto com o boi a gratuidade de
alimentar outro ser.
Algo
muito especial nessa missão foi conhecer a cultura indígena, mesmo que seja uma
pequena parcela dos milhares de índios que temos no Brasil, foi possível
entender a transmissão de pensamento, cultura e cuidado que os índios detêm
entre si, tudo é passado de geração em geração durantes muitos anos. Para se
ter uma ideia da força de uma tradição, lembro-me de um fato que chamou a
atenção; havia uma menina que estava deitada já fazia 2 meses e iria ficar mais
1 mês nesta posição, pois toda menina quando tem seu primeiro ciclo menstrual,
necessita fazer esse ritual, já os meninos quando chegam a uma determinada
idade também fazem rituais para firmarem a masculinidade, por exemplo, como o
furar as orelhas, e diversas outras tradições que tive a grande felicidade de
conhecer neste curto espaço de permanência com eles.
Pe.
Ronaldo Mazula, cmf esteve responsável pelo grupo e também exerceu atividades
educacionais com os caciques e professores da aldeia, oferecendo reforço em
certas matérias disciplinas escolares e auxiliando a criação de planos e projetos
para uma vida melhor da aldeia respeitando, sobretudo, a tradição.
Relatando
sobre a catequese, no qual nós (Vitoria e eu) tínhamos a missão de prepara-los
para a 1ª Eucaristia e Crisma, realizamos em uma semana e contamos com turmas
de jovens e crianças divididos em dois grupos; 12 para a primeira comunhão e 10
para o crisma. Este trabalho foi árido por conta do tempo, tínhamos apenas 4
dias para transmitir as principais crenças de nossa fé e o máximo de informação
possível sobre a Igreja, Jesus Cristo e a Antropologia do ser humano, ou seja,
o que em 1 ano de encontros em uma paroquia acontece, na aldeia tínhamos apenas
4 dias.
Vitória
e eu nos reunimos com os jovens das 8 da manha até as 11:30 e pela tarde das
15:00 ate ás 19:30, tínhamos a preocupação de não ser encontros cansativos.
Para isto trabalhamos com muitas dinâmicas e aproveitamos do próprio espaço
natural para catequisar, seja nos trabalhos, na mata e no rio, era uma forma de
divertir-se aprendendo. Na aldeia encontramos diversas manifestações de fé
belíssimas que ressaltam a nós, por exemplo; na aldeia há uma devoção forte e
marcante aos santos de nossa igreja, por exemplo, se a casa tinha 3 ou 4 filhos
havia a imagem de um santo na casa para cada um dos filhos.
Neste
dia, não foi tudo flores, houve alguns percalços, nós missionários pegamos uma
virose onde todos tiveram problemas com diarreia, febre, dor de cabeça etc. Mas
continuamos, pois o tempo era nosso rival e não poderíamos parar por nada, foi
um momento muito difícil.
Na
quinta-feira santa, as crianças receberam 1ª eucaristia e neste dia, confesso
que Vitória e eu ficamos muitos nervosos, na parte da manhã preparamos eles
para a confissão e assim foi feita um momento muito bonito e depois preparamos a
pequena capela com flores e folhas que pegamos das arvores para que a noite
seja magica e tivéssemos a conclusão da missão de catequizar e preparar os
jovens indígenas para os sacramentos de iniciação. Nesta noite que foi
diferente das demais, os índios pintara-se
E
nós também, enfim chegou o momento de muita emoção e alegria para nós, os
pequenos e jovens foram de encontro A VIDA, A VIDA ETERNA (Jo 6, 51),
Nessa
hora tivemos a certeza que a missão foi cumprida, de que conseguimos apesar de
todas as barreiras, nos conseguimos chegar ao objetivo proposto na missão e uma
explosão de sentimentos invadiu a nós, entre a alegria de contribuir na missão
claretiana e também o ausentar de nosso lar, família paroquia, amigos, enfim,
tudo isto para passar a semana santa com pessoas que não conhecemos e em
situações até então vistas pela TV.
Na
sexta-feira da paixão improvisamos uma cruz para a celebração da santa Cruz. E
logo após a missa nos despedimos, neste momento os olhos de Vitoria e meu encheram-se
de lagrimas, nossos corações foram comedidos de muita felicidade, ao ver que no
final de uma semana, o esforço missionário valeu a pena, ver no rosto daqueles
jovens o sentimento de saudade, todos os índios da aldeia vindo ao nosso
encontro e abraçando-nos como uma verdadeira família.
Assim,
concluo que o presente que ganhamos daqueles que fizemos mais amizade é a
alegria de levar a Boa Nova e também receber o grande aprendizado daquela
aldeia que os livros não podem contar. Neste intuito, fica difícil resumir uma
semana inteira de experiências novas, difícil explicar tudo o que aconteceu nesta
aldeia, o que vivemos naqueles poucos e longos dias, só tenho que agradecer a
Deus por fazer cada dia que vivo mais feliz, feliz em levar minha fé e minhas
experiências com Deus pra onde eu for, e a cada dia me transforma, pois não e
possível continuar o mesmo depois desta intensa semana de vida e alegria que
tivemos a graça de partilhar com os pequenos e que conhecemos muitas vezes pelo
que a mídia transmite a todos nós.
OBRIGADO
MEU DEUS!
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