Semana Nacional da Família
12 ao 18 de agosto de 2013
Perguntas e respostas do
Pe. Wladimir Porreca
BRASILIA, sexta-feira, 10 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Do 12 ao 18 de agosto a Igreja do
Brasil celebrará em cada uma das dioceses, a semana nacional da família.
Para uma maior compreensão dessa semana, Pe. Wladimir Porreca,
assessor nacional da Pastoral Familiar da CNBB, enviou à redação de ZENIT, em
forma de perguntas e respostas, as principais ideias sobre esse acontecimento.
Dr. Pe. Wladimir Porreca é padre da Diocese de São João da Boa
Vista/SP, psicoterapeuta e doutor em psicologia(USP) e serviço social (UNESP) e
pesquisador da temática Família.
Publicamos a seguir o texto na íntegra:
***
Como o tema 'A Família: Trabalho e
festa' será abordado pela CNBB durante a Semana Nacional das Famílias?
A Semana Nacional da Família tem como objetivo geral promover,
fortalecer e evangelizar a família, a partir de Jesus Cristo e na força do
Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela
Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos
pobres, para que todos tenham vida, (cf. Jo 10,10) rumo ao Reino definitivo
(DGA). Nesse ano de 2012, a Semana Nacional da Família procurou seguir o
o VII Encontro Mundial das Famílias, em Milão, por isso, que a Comissão
Episcopal Pastoral para a Vida e a Família sugeriu para ser trabalhado na
Semana Nacional da Família (12 a 18 de agosto), e/ou em outras oportunidades,
quando não for possível nesse período, nos grupos familiares e comunitários,
grupos de famílias vizinhas, de uma comunidade, de uma quadra, rua, escola,
grupos de oração, grupos de reflexão, de ambientes de trabalho, de escolas e
outros, o tema: FAMÍLIA: TRABALHO E FESTA.
A Hora da Família é um precioso instrumento para que, por meio de reuniões
familiares e de grupos, em todos os ambientes, se aprofunde a reflexão sobre o
valor único e próprio da família e o grande bem que ela representa para cada
pessoa e para a sociedade
O que traz este subsídio elaborado
pela Comissão Vida e a Família?
Este periódico “Hora da Família” foi elaborado a partir das
catequeses do Encontro Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI em Milão, nos
dias 30 de maio a 03 de junho, em Milão na Itália. Família, trabalho e festa é
dividido em três grupos, conforme a sequência a família (A família gera a vida,
A família e a superação das dificuldades, A família geradora de uma sociedade
justa e fraterna ), o trabalho (O trabalho na família, O trabalho,
recurso para a família, O trabalho, desafio para a família) e a festa (A festa,
tempo para a família, A festa, tempo para o Senhor, A festa, tempo para a
comunidade) e introduzidas por uma catequese sobre o estilo de vida familiar (O
segredo de Nazaré), os temas desejam iluminar a união entre a vivência familiar
e a vida quotidiana na sociedade e no mundo pelo trabalho e pela festa.são um
trinômio que começa com a família, para compartilhá-la com o mundo. O trabalho
e a festa são modos através dos quais a família ocupa o “espaço” social e vive
o “tempo” humano. O tema coloca em evidência o casal homem- mulher junto ao seu
estilo de vida: o modo de viver os relacionamentos (a família), de habitar o
mundo (o trabalho) e de humanizar o tempo (a festa). O objetivo do tema é
pensar na família como patrimônio da humanidade sugerindo, assim, a ideia que a
família é patrimônio de todos, e que ao mesmo tempo contribui universalmente
para a humanização da existência. Além dos dez encontros catequéticos, como
acontece todos os anos, a Comissão elaborou no subsídio “Hora da Família”
outras cinco sugestões de celebrações que envolvem os membros da família em
ocasiões comemorativas e possibilitem celebrações em outros ambientes que
vão além da comunidade eclesial, tais como: escolas, universidades, fábricas,
escritórios e outros.
Agosto, é o mês das vocações, e nesta
semana vamos e refletir sobre as famílias. Para o senhor quais as dificuldades
que hoje as famílias vem enfrentando e que precisam ser sanadas?
Todos somos chamados a santidade, essa é a grande vocação dos
filhos de Deus. Com a preocupação de que essa vocação não tenha condições e
instrumentais para crescer e desenvolver O Papa Bento XVI tem apontado para
todos nós, na maioria dos seus pronunciamentos, o cuidado e atenção a ditadura
do individualismo e relativismo. E de fato, essas duas concepções na realidade
da pessoa humana e da família diante da realidade em que estamos, influenciam,
quando não condiciona, todas as dimensões da pessoa humana e, por consequência,
a dinâmica familiar, por fragmentar o ser humano e as relações familiares,
distanciando os membros das famílias entre si e com toda forma de instituição,
em especial a Igreja. Nessa ótica o trabalho é visto como meio de gerar lucro pelo
lucro e meio de satisfação de consumismo, passa assim a tomar o primeiro
lugar nas vidas dos membros das famílias. Se o individualismo e o relativismo
entram em nossa casa de forma total, por consequência não existe lugar para
Deus e nem para os valores de Jesus Cristo e a grande festa nunca acontecerá.
A instituição 'família', podemos assim
dizer, vem sendo desvalorizada muitas vezes pela mídia e pelas pessoas no
geral. A partir disso e das situações como a Igreja esta se posicionando e
reafirmando a importância da família?
Na Sessão inaugural dos trabalhos da V CONFERÊNCIA GERAL DO
EPISCOPADO DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE (2007), em Aparecida,o nosso Papa
Bento XVI se refere a família como "patrimônio da humanidade", um dos
tesouros mais importantes dos povos latino-americanos... escola de fé,
comunicadora de valores humanos e cívicos, lar em que a vida humana nasce e é
acolhida generosa e responsavelmente, tudo isso para deixar claro que a Igreja
acredita e ama a família como sujeito e bem social. Mesmo que exista posições
que desvalorizam a família, formada de um homem, uma mulher e filhos o desejo e
a necessidade de estar e formar uma família é inerente a todos os seres humano,
por isso que as novas configurações familiares buscam aquilo que é fundamental
na formação de uma família. Ser família e não outra coisa é o que nos pedia o
Beato João Paulo II, nas conclusões da Familiaris Consortio, como dizendo, se a
família realmente é família ela cumpre bem sua vocação de ser lugar
privilegiado de plena reciprocidade, gratuidade e espontaneidade.
A Pastoral familiar se empenha nesse anúncio, muito mais do que falar do que
não está bom na família, temos um anúncio concreto e salutar: Vale a pena a
Família. Nós acreditamos e amamos a Família e nos espelhamos naquela que foi
família perfeita, a Sagrada Família.
Padre Wladimir, como os pais devem
enfatizar aos filhos desta importância de se viver em família, já que hoje
devido a rotina do pais os filhos ficam pouco com os pais?
Na temática do trabalho e da festa, procurando com que o trabalho
não ocupe o papel central nos relacionamentos familiares e nem mesmo na
dinâmica da própria casa. Melhor ter menos e ser com o outro mais. Valorizar os
momentos de festa, não ficar esperando momentos especial, mas fazer dos
momentos, por menores que sejam, especiais. Usar a criatividade, o tempo e os
recursos a partir da primazia do estar juntos em família.
Uma família saudável é aquela que não se fecha em si, por isso, estar atenta,
sensível, solidária com outras famílias. Os pais podem mostrar e proporcionar
aos filhos momentos de partilha com outras famílias.
Incentivar e possibilitar com que os membros da família rezem juntos, nas
refeições, o terço, numa viagem, e em especial participem da missa juntos. E
por último, os estarem presente como sujeitos transmissores da fé e dos valores
entre o casal e aos filhos.
Qual é a recomendação da Comissão Vida e
Família para as pastorais familiares trabalharem com as famílias da sua
comunidade?
a) que se crie, com bastante antecedência, uma Comissão
Organizadora, integrada por membros das diferentes pastorais, movimentos e
serviços;
b) que se busque a aproximação ecumênica nesta organização;
c) que se apresente logo o tema central, neste ano: “Família: Trabalho e
Festa”;
d) que se planeje o trabalho e se busquem simbologias adequadas;
e) que se criem as equipes necessárias para todas as áreas de trabalho,
como: equipe de divulgação, de secretaria, de liturgia, intercessão,
alimentação e saúde, decoração e outras;
f) que se reze muito pelo evento;
g) promova vigílias de oração pela família;
h) que as equipes realizem, com antecedência, as reflexões propostas.
Enfim, ter um espaço na vida da Igreja para celebrar a vida
familiar é proporcionar e motivar as famílias católicas, ou não, e as
Comunidades Paroquiais, em comum unidade, a terem um olhar especial para a vida
familiar, com o propósito de garantir e promover o valor da família como um bem
para a pessoa humana e para toda a sociedade.
O senhor poderia deixar uma mensagem para
as famílias do Brasil?
O presidente da nossa Comissão, dom João Carlos Petrini, deixou uma
mensagem que a deixo como final dessa entrevista: Como casal das Bodas de
Canaã, em especial na Semana Nacional da Família, nós também podemos convidar o
Senhor e a Mãe, a Virgem Maria, bem como os discípulos a tomarem parte de nossa
vida. A oração e a vida fraternal na comunidade de famílias realizam isso.
Podemos, então, ter a firmeza esperança que Ele, na sua compaixão e misericórdia,
vai nos socorrer em nossas faltas para que a festa continue, como fez em Canaã
providenciando o vinho que faltava. Dom Petrini, ainda faz votos que cada
família se fortaleça na unidade e na paz e encontre razões para viver com
dedicação e equilíbrio o trabalho e saiba valorizar o Dia do Senhor para
celebrar a festa do amor na comunhão com Cristo e com os irmãos.
Fonte: Zenit
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