SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET
Uma vida a serviço do Evangelho
Todos
já fomos surpreendidos por algum paroquiano, amigo ou familiar querendo saber
algo da vida de Claret. E como é bom quando isto acontece! Acredito que neste
momento, sobre tudo, quando somos pegos de surpresa, surge como que
naturalmente um pergunta: como definir, em poucas palavras, este homem que
divinamente era pura disponibilidade ao sopro suave do Espírito que faz novas
todas as coisas e humanamente, exemplo de amor, serviço, honestidade,
serenidade e equilíbrio? Muitas vezes
esta mesma dificuldade pode se apresentar a cada um de nós, quando paramos para
refletir e rezar a partir e com Claret. Estamos tão acostumados com a sua
presença, que muitas vezes não somos mais capazes de ouvir o Espírito que fala
através D’ele. Sua presença, de tão familiar, corre o risco de passar ao largo
de nosso ser e agir de missionários.
São tantos os
motivos e situações que nos levam a viver esta experiência, principalmente
nestes tempos de “mudanças”, “crises” e
“inseguranças” pelas quais está passando, não só a Congregação, mas toda a
Vida Consagrada. Neste sentido, ao
celebrarmos nosso Fundador, gostaria não apenas destacar, mas sim recordar
alguns “aspectos” de sua vida que podem nos ajudar e servir de estímulo nesta hora em que temos a grande e
intransferível tarefa de respondermos, pessoal e comunitariamente, à pergunta: “para onde o Espírito quer nos levar?”. Tenho
certeza que a vida de Claret tem muitos caminhos a nos apontar! Vamos a eles:
·
“Porque o que quiser salvar a
sua vida, vai perdê-la; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do
Evangelho, vai encontra-la” (Mc 8, 35). Estas palavras se tornaram o grande ideal Claret,
o sublime paradoxo vivido com a maturidade própria dos homens que sabem a quem
confiaram o cuidado de suas vidas.
·
“Ide por todo o mundo e pregai
o Evangelho a toda criatura” (Mc
16,15). Fiel ao mandato do Senhor teve uma única meta ao longo de sua vida: evangelizar por todos os meios possíveis. Ao
escolher para si o lema “Caritas Christi
urget nos”, nos apontou com toda clareza a razão mais profunda de sua e
agora nossa ação evangelizadora: a
caridade!
·
Viveu
devorado pela glória de Deus e a salvação de todos os homens. Em sua alma
missionária habitava um único desejo: que Deus fosse conhecido, amado, servido
e louvado por todas as criaturas (Aut. 233). Foi exemplo mansidão, humildade e
caridade apostólica. E ao se referir ao próximo, dizia: “Oh meu próximo! Eu te
amo, eu te quero por mil razões...” (Aut. 448).
·
Enamorado
da pobreza, não tinha nada, nada queria e tudo recusava (Aut. 359). Foi pai dos
pobres (Aut. 562), amigos das crianças, libertador dos escravos, confessor de reis
e rainhas, exímio pregador e grande promotor do laicato: “Nestes últimos tempos
parece que Deus quer que os leigos tenham uma grande parte na salvação das
almas”. Em fim, proclamou com a vida e com as obras o que depois ficou gravado
na lápide de seu túmulo: “amei a justiça
e odiei a iniquidade, por isso morro no exílio”.
Iniciamos o “Ano da Fé” (Porta Fidei), que
nos convoca a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor e, dentro de alguns
dias, teremos em nossas mãos as conclusões do Sínodo dos Bispos para a “Nova
Evangelização”. Com isto, temos um rico
material para alimentar nossa esperança na grande tarefa de abrir novos
caminhos, caminhos que nos levam lá onde o Espírito quer que estejamos.
Que Santo
Antônio Maria Claret continue derramando sobre todos nós as mais abundantes
graças, principalmente a graça da perseverança!
Parabéns
e um feliz dia do Fundador!
Pe. Marcos Aurelio Loro, CMF
Superior
Provincial
São Paulo, 24 de outubro de
2012.
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