quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET
Uma vida a serviço do Evangelho


            Todos já fomos surpreendidos por algum paroquiano, amigo ou familiar querendo saber algo da vida de Claret. E como é bom quando isto acontece! Acredito que neste momento, sobre tudo, quando somos pegos de surpresa, surge como que naturalmente um pergunta: como definir, em poucas palavras, este homem que divinamente era pura disponibilidade ao sopro suave do Espírito que faz novas todas as coisas e humanamente, exemplo de amor, serviço, honestidade, serenidade e equilíbrio?  Muitas vezes esta mesma dificuldade pode se apresentar a cada um de nós, quando paramos para refletir e rezar a partir e com Claret. Estamos tão acostumados com a sua presença, que muitas vezes não somos mais capazes de ouvir o Espírito que fala através D’ele. Sua presença, de tão familiar, corre o risco de passar ao largo de nosso ser e agir de missionários.
São tantos os motivos e situações que nos levam a viver esta experiência, principalmente nestes tempos de “mudanças”, “crises” e “inseguranças” pelas quais está passando, não só a Congregação, mas toda a Vida Consagrada.  Neste sentido, ao celebrarmos nosso Fundador, gostaria não apenas destacar, mas sim recordar alguns “aspectos” de sua vida que podem nos ajudar e servir de estímulo nesta hora em que temos a grande e intransferível tarefa de respondermos, pessoal e comunitariamente, à pergunta: “para onde o Espírito quer nos levar?”. Tenho certeza que a vida de Claret tem muitos caminhos a nos apontar! Vamos a eles:

·         “Porque o que quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, vai encontra-la” (Mc 8, 35). Estas palavras se tornaram o grande ideal Claret, o sublime paradoxo vivido com a maturidade própria dos homens que sabem a quem confiaram o cuidado de suas vidas.
·         “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Fiel ao mandato do Senhor teve uma única meta ao longo de sua vida: evangelizar por todos os meios possíveis. Ao escolher para si o lema “Caritas Christi urget nos”, nos apontou com toda clareza a razão mais profunda de sua e agora nossa ação evangelizadora: a caridade!
·         Viveu devorado pela glória de Deus e a salvação de todos os homens. Em sua alma missionária habitava um único desejo: que Deus fosse conhecido, amado, servido e louvado por todas as criaturas (Aut. 233). Foi exemplo mansidão, humildade e caridade apostólica. E ao se referir ao próximo, dizia: “Oh meu próximo! Eu te amo, eu te quero por mil razões...” (Aut. 448).
·         Enamorado da pobreza, não tinha nada, nada queria e tudo recusava (Aut. 359). Foi pai dos pobres (Aut. 562), amigos das crianças, libertador dos escravos, confessor de reis e rainhas, exímio pregador e grande promotor do laicato: “Nestes últimos tempos parece que Deus quer que os leigos tenham uma grande parte na salvação das almas”. Em fim, proclamou com a vida e com as obras o que depois ficou gravado na lápide de seu túmulo: “amei a justiça e odiei a iniquidade, por isso morro no exílio”.

Iniciamos o “Ano da Fé” (Porta Fidei), que nos convoca a uma autêntica e renovada conversão ao Senhor e, dentro de alguns dias, teremos em nossas mãos as conclusões do Sínodo dos Bispos para a “Nova Evangelização”. Com isto, temos  um rico material para alimentar nossa esperança na grande tarefa de abrir novos caminhos, caminhos que nos levam lá onde o Espírito quer que estejamos.

Que Santo Antônio Maria Claret continue derramando sobre todos nós as mais abundantes graças, principalmente a graça da perseverança!
Parabéns e um feliz dia do Fundador!

Pe. Marcos Aurelio Loro, CMF
Superior Provincial
São Paulo, 24 de outubro de 2012.

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