"A leitura ideológica do gênero é uma verdadeira ditadura"
Mons. Núncio Galantino, Secretário Geral da CEI, expressa a indignação dos bispos italianos para programas que ensinam uma ideologia ditatorial
Por Antonio Gaspari
ROMA, 28 de Março de 2014 (Zenit.org) - "A leitura ideológica do "gênero" é uma verdadeira ditadura que quer nivelar as diversidades, homologar tudo até tratar a identidade de homem e mulher como puras abstrações”, afirmou esta manhã Mons. Nunzio Galantino, nomeado há pouco pelo Papa Secretário Geral ad quinquennium da CEI, durante a coletiva de imprensa na Rádio Vaticano, durante a qual foi apresentado o comunicado final do Conselho Permanente que terminou ontem.
A menção de Galantino parte da palestra inaugural dada pelo Cardeal Angelo Bagnasco segunda-feira, 24 de março, e reflete bem o sentimento dos bispos italianos. O Secretário da CEI explicou como a Conferência Episcopal está alarmada com a iniciativa do Departamento Nacional Contra a Discriminação Racial (UNAR) sobre a produção e distribuição de folhetos nas escolas que discriminam as famílias e a religião.
O prelado fez referência a três folhetos – destinados respectivamente à escola primária, à escola secundária de primeiro grau e àquela de segundo grau – intitulados “Educar para a diversidade na escola e tendo Diretrizes para um ensinamento mais acolhedor e respeitoso das diferenças”.
Monsenhor Galantino disse que “o confronto dentro do Conselho Permanente destacou a preocupação dos Bispos por pressões que correm o risco de golpear fortemente a família, de associar indevidamente religião e homofobia, de apresentar como pacífico o assunto sobre a indiferença da diversidade sexual dos pais para o crescimento do filho e de motivar o matrimônio entre sujeitos do mesmo sexo”.
"Não entendo - acrescentou - porque para convidar um bispo a uma escola ou para organizar um passeio escolástico é preciso do parecer do conselho escolástico e, pelo contrário, para difundir folhetos ambíguos e fazer entrar pessoas que ensinam a ideologia do ‘gênero’, tudo corra bem”.
O bispo de Cassano all'Ionio também afirmou que viu com interesse o documento que falava de luta contra o bulling e a discriminação: “Fiquei chocado - acrescentou - , quando li que os panfletos alimentavam a discriminação contra a religião e contra as famílias. É um assunto sério descobrir que o Ministério da Educação não sabia nem dos conteúdos e nem sequer do programa para as escolas”. “E é ainda pior – disse o bispo – descobrir que as famílias não foram informadas e nem questionadas para discutir as eventualidades de tal programa escolástico”.
"Aqui não se trata de Igreja ou Estado: o direito primário à educação dos jovens é das famílias, e neste caso não foram nem sequer consultadas”, destacou Galantino. E anunciou que será o Papa Francisco que abrirá a Assembleia
Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que acontecerá em Roma no próximo mês de maio.
O convite foi feito pelo presidente, o Cardeal Angelo Bagnasco, e o Papa o recebeu com entusiasmo. O prelado disse também que foi recebido ontem pelo Pontífice, juntamente com Bagnasco. No centro da conversa com o Pontífice estiveram os temas discutidos pelo Conselho Permanente.
O Papa, informou o secretário da CEI, tem insistido na necessidade de que "tudo o que a Igreja diz e faz tenha um impacto imediato sobre as pessoas". Monsenhor Galantino traduziu este convite explicando que, às vezes “ser só ‘ortodoxos’ é cômodo, enquanto que é muito mais importante ser corajosos e coerentes com o testemunho do Evangelho”.
Portanto, o Papa Francisco exortou os bispos italianos a “estarem próximos das pessoas, a falarem de tal forma que nos compreendam, que as pessoas se deem conta de que o Evangelho não é um exercício ideológico, mas uma proposta para fazer mais bela a vida de cada dia. É do Evangelho que se tiram certas respostas e o estilo com o qual se deve aproximar da realidade”.
Fonte Zenith.
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