CARNAVAL: festa da
alegria!
Nesta semana começa o CARNAVAL, uma das festas mais
populares do Brasil e também, do mundo. Milhões de pessoas tiram estes dias
para descansar, viajar, confraternizar e participar dos bailes, desfiles e
eventos afins que catalisam a atenção e energia dos foliões. As escolas de
samba que se prepararam o ano todo, agora trazem a pública a beleza do carnaval
e os blocos carnavalescos animam centenas de cidades.
O Carnaval teria sua origem nas festas dionisíacas gregas
em torno do século VII antes de Cristo ou na festa romana ao Deus Baco, deus do
vinho. Ou ainda, nas festas cristãs antes da quaresma no início da Idade Média.
O nome carnaval, significa, “adeus à carne”, do latim caro/carnis que significa carne e vale, que significa adeus/despedida.
O Carnaval era visto, na Idade Média cristã ocidental,
como rito de despedida numa festa com comidas e carne, para se entrar no tempo
quaresmal de penitência, jejum e abstinência. Hoje o carnaval se tornou um
grande evento, infelizmente, banalizado, comercializado em torno de um
erotismo, escandaloso e degradante.
Momentos festivos fazem parte da natureza humana. Na
história da humanidade, as pessoas sempre fizeram festas rituais ou momentos de
relaxamento, de descanso, de descontração, de fuga das atividades cotidianas e
dos comportamentos aceitáveis e assumidos pela sociedade. Muitas pessoas
assumem máscaras na vida cotidiana e as grandes festas com seus rituais servem
para manifestar o desejo inconsciente de liberdade diante das normas e
condicionamentos sociais. Muitas pessoas, no meio de um grande grupo, com ou
sem máscaras ou fantasiadas, podem se esconder, pois todos são anônimos. Nestes
momentos de festas e rituais o povo combate o seu moralismo e no anonimato,
produz-se uma trégua coletiva, uma ‘purificação social’, uma liberação total de
tudo que representa coerção e pressão e medo do corpo e do ‘carnal’.
No mundo estressante e corrido de hoje, é necessário que existam
momentos de lazer, de recreio, de desestresse e de descanso. Porém, não se pode
aceitar a instrumentalização destes momentos em prol de uma cultura laxista,
irresponsável e promíscua, como se tem visto em alguns carnavais. Instiga-se e permite-se
o sexo livre, drogas, álcool, lança-perfume etc. O belo e o estético no
feminino e no masculino são vistos de forma deturpada e degradante. O corpo
perde seu sentido. O erótico fica degradado a puro sexo ou mercadoria.
A dimensão sexual é criação divina e
é boa e importante! Mas, o sexo é bom com amor, responsabilidade, respeito ao
corpo e sentimentos próprios e do outro. O AMOR erótico é lindo quando
transcende, quando dignifica os amantes sem coisificá-los ou reificá-los, pois
quando homem e mulher se amam, (re)fundam a ‘história’ da Criação, no amor
verdadeiro..
Façamos propaganda do amor e do sexo que se tornam
plenitude de relações, fruto de encontros profundos e sadios que não são somente
instintivos ou carnais.
Busquemos o equilíbrio entre o lúdico e o festivo com o
sagrado e o transcendente.
Propagamos o amor respeitoso e valorizador do ser humano
em sua totalidade.
Convidemos cada pessoa a promover o encontro maduro e
complementar entre sexo e amor, prazer e comunhão, lúdico e sagrado, corpo e
alma, matéria e espírito.
CARNAVAL significa adeus à carne para se entrar num novo
tempo. Digamos adeus à banalização, à vulgarização e à promiscuidade para
valorizar o ser humano na sua totalidade. Adeus à promiscuidade nefasta para se
construir relações amorosas.
Não
se esconda atrás de máscaras e do sexo pelo sexo!
Viva
na alegria, encontre-se consigo mesmo e tenha encontros lindos, humanos e
espirituais com teu próximo!
Pe. Ronaldo Mazula, cmf,
Prefeito de Apostolado dos Missionário Claretiano
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