terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO: CREMOS NUM OUTRO MUNDO POSSÍVEL

               
No fim do mês janeiro e início de fevereiro estive em Barcelona e Vic, ciudades espanholas, participando de reuniões com misisonários claretianos dos cinco continentes e representantes da Congregação Claretiana de Roma e que trabalham na ONU, Organização das Nações Unidas em Nova York, para tratar de temas ligados à JPIC, em torno de projetos humanitários e sociais em regiões pobres, abandonadas, complexas e de conflito. Grupos católicos e de outras igrejas e confissões articulam variados projetos sociais em varias regiões do mundo. Os Missionários Claretianos também, articulamos e executamos vários projetos nos cinco continentes.
Nós, que trabalhamos na América, propusemos várias prioridades de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) em nosso continente. Creio que elas podem iluminar a muitos cristãos e pessoas de boa vontade na busca de soluções para problemas que afligem a vida e a dignidade de milhões de pessoas.
1.       Nossa sensibilização permanente sobre o tema e a de nossos irmãos e suas comunidades em todo o continente.
2.       Conhecimento, apropriação, divulgação e defesa dos Direitos Humanos e Direitos dos Povos.
3.       Atenção e compromisso em referência à mobilidade humana, especialmente em relação à migração e deslocamentos populacionais.
4.       Acompanhamento das comunidades na defesa do território e denúncia dos projetos extrativos.
5.       Recuperação teórica e vivencial da teologia, da espiritualidade e da pastoral libertadora como obsessão pelo Reino, em nosso compromisso claretiano na JPIC.
6.       Uma  educação e formação inicial inserida, popular e missionária.
7.       Uma defesa do meio ambiente comprometida frente ao desenvolvimento das mineradoras e o agro-negócio  selvagens e a defesa do ambiente e os territórios dos grupos em risco de extinção como as minorías.
8.       Ações concretas com migrantes e afetados pela problemática da mobilidade humana: tráfico de pessoas e de órgãos, deslocamentos e migração por causa da violência e a situação sócio-econômica.   
9.       Visão intercultural do tema, que leve a uma opção pelas etnias em risco de extinção, ameaça de seus territórios e a perda de sua cultura.
10.    Problemática urbana, que implica uma opção pelos sem teto, pessoas em situação de rua, dependentes químicos, pessoas em situação de solidão e crise existencial.

Propomos também, várias linhas de ação, tendo presente o critério do mais urgente, oportuno e eficaz:
-passar a processos de promoção humana e ambiental;
-estabelecer mecanismos de formação continuada e popular, particularmente em missões onde se afrontam situação e realidades de injustiça;
-informar-se, estudar e discernir as ações pertinentes em torno a estes temas cruciais: interculturalidade, conciência política, violência, recursos naturais, migração e desplazamiento-deslocamentos, economia e pobreza, direitos humanos, liberdade de expressão, violência de gênero, infância e adolescência, educação, drogas, vida, saúde, militarização, insegurança, família, desemprego, crime organizado e compromisso missionário;
-unir-se, apoiar e participar em grupos, instituições e processos de defesa dos direitos humanos e ambientais.
O mundo contemporâneo tem conseguido muitas conquistas positivas, mas ainda precisa de novos paradigmas e propostas para superar a situação de miséria material e existencial que aflige milhões de vidas e o meio ambiente. Precisamos nos unir para articular novos projetos de vida digna e sustentável. Deus abençoe, ilumine e proteja a todos que acreditam e lutam por um mundo melhor, mais humano e mais divino.

Pe. Ronaldo Mazula, cmf

Nenhum comentário:

Postar um comentário