JUSTIÇA,
PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO: CREMOS NUM OUTRO MUNDO POSSÍVEL
No fim do mês
janeiro e início de fevereiro estive em Barcelona e Vic, ciudades espanholas,
participando de reuniões com misisonários claretianos dos cinco continentes e
representantes da Congregação Claretiana de Roma e que trabalham na ONU,
Organização das Nações Unidas em Nova York, para tratar de temas ligados à
JPIC, em torno de projetos humanitários e sociais em regiões pobres, abandonadas,
complexas e de conflito. Grupos católicos e de outras igrejas e confissões
articulam variados projetos sociais em varias regiões do mundo. Os Missionários
Claretianos também, articulamos e executamos vários projetos nos cinco
continentes.
Nós, que
trabalhamos na América, propusemos várias prioridades de Justiça, Paz e Integridade da
Criação (JPIC) em nosso continente. Creio que elas podem iluminar a muitos
cristãos e pessoas de boa vontade na busca de soluções para problemas que
afligem a vida e a dignidade de milhões de pessoas.
1.
Nossa sensibilização
permanente sobre o tema e a de nossos irmãos e suas comunidades em todo o
continente.
2.
Conhecimento,
apropriação, divulgação e defesa dos Direitos Humanos e Direitos dos
Povos.
3.
Atenção e
compromisso em referência à mobilidade humana, especialmente em relação
à migração e deslocamentos populacionais.
4.
Acompanhamento
das comunidades na defesa do território e denúncia dos projetos
extrativos.
5.
Recuperação
teórica e vivencial da teologia, da espiritualidade e da pastoral libertadora
como obsessão pelo Reino, em nosso compromisso claretiano na JPIC.
6. Uma educação e formação inicial inserida,
popular e missionária.
7. Uma defesa do meio
ambiente comprometida frente ao desenvolvimento das mineradoras e o agro-negócio selvagens e a defesa do ambiente e os
territórios dos grupos em risco de extinção como as minorías.
8. Ações concretas
com migrantes e afetados pela problemática da mobilidade humana: tráfico
de pessoas e de órgãos, deslocamentos e migração por causa da violência e a
situação sócio-econômica.
9. Visão intercultural
do tema, que leve a uma opção pelas etnias em risco de extinção, ameaça
de seus territórios e a perda de sua cultura.
10. Problemática urbana,
que implica uma opção pelos sem teto, pessoas em situação de rua, dependentes
químicos, pessoas em situação de solidão e crise existencial.
Propomos também, várias linhas de ação, tendo presente o critério do
mais urgente, oportuno e eficaz:
-passar a processos de promoção
humana e ambiental;
-estabelecer mecanismos de
formação continuada e popular, particularmente em missões onde se afrontam
situação e realidades de injustiça;
-informar-se, estudar e
discernir as ações pertinentes em torno a estes temas cruciais:
interculturalidade, conciência política, violência, recursos naturais, migração
e desplazamiento-deslocamentos, economia e pobreza, direitos humanos, liberdade
de expressão, violência de gênero, infância e adolescência, educação, drogas,
vida, saúde, militarização, insegurança, família, desemprego, crime organizado
e compromisso missionário;
-unir-se, apoiar e
participar em grupos, instituições e processos de defesa dos direitos humanos e
ambientais.
O mundo contemporâneo tem
conseguido muitas conquistas positivas, mas ainda precisa de novos paradigmas e
propostas para superar a situação de miséria material e existencial que aflige
milhões de vidas e o meio ambiente. Precisamos nos unir para articular novos
projetos de vida digna e sustentável. Deus abençoe, ilumine e proteja a todos que
acreditam e lutam por um mundo melhor, mais humano e mais divino.
Pe.
Ronaldo Mazula, cmf
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