O que devemos fazer para receber a visita de Deus?
(Lc 3,10-18) - Mesters e Lopes
PARTILHA: A CONDIÇÃO PARA RECEBER A VISITA DE DEUS
Texto extraído do livro "O
AVESSO É O LADO CERTO" - Círculos Bíblicos sobre o Evangelho de
Lucas. Autores: Carlos Mesters e Mercedes Lopes. Edição: CEBI e Paulinas. Saiba
mais em vendas@cebi.org.br
Lucas 3,
10-14: O que devemos fazer?
Três categorias
de pessoas vêm perguntar: "O que devemos fazer?": o povo, os
publicanos e os soldados. A resposta para o povo é simples: Quem tiver duas
túnicas deve repartir com quem não tem. "Quem tiver comida deve dar a quem
não tem!" Resposta clara: a partilha dos bens é a condição para a pessoa
poder receber a visita de Deus e passar do Antigo para o Novo. A resposta para
os publicanos e os soldados diz a mesma coisa, mas aplicada à categoria deles.
Os publicanos já não podem cobrar mais do que o permitido. A exploração do povo
pelos publicanos era a chaga da sociedade daquela época. Os soldados já não
podem fazer extorsão nem fazer denúncias falsas e devem contentar-se com o
salário. Se João voltasse hoje, muito provavelmente não exigiria dos pobres "contentar-se
com o salário", mas diria: "lutar por um salário justo!"
Lucas 3,
15-18: Ternura em vez de julgamento
João
reconhece Jesus como o mais forte. A diferença entre ele e Jesus está no dom do
Espírito que será dado através de Jesus. Nestes versículos, Lucas mostra como a
ideia que João faz do Messias não é completa. Para João, o Messias seria como
um juiz severo, pronto para iniciar o julgamento, a colheita (Lc 3,17). Talvez
seja por isso que, mais tarde, João teve problema em reconhecer Jesus como Messias
(Lc 7,18-28), pois Jesus não se comportava como um juiz severo que condenava.
Ao contrário, chegou a dizer: "Eu não condeno ninguém!" (Jo
8,15;12,47). Em vez de julgamento e condenação, mostrava ternura, acolhia os
pecadores e comia com eles.
ALARGANDO
Desde o
século VI antes de Cristo, a profecia tinha cessado: "Não existem mais
profetas", assim se dizia (Sl 74,9). O povo vivia à espera do profeta
prometido por Moisés. Esta longa espera termina com a chegada de João (Lc
16,16). João era visto pelo povo não como um revoltoso do tipo Barrabás nem
como um escriba ou fariseu, mas como o profeta que todos esperavam. Muitos
achavam que ele fosse o Messias. Até na época de Lucas havia pessoas, sobretudo
entre os judeus, que aceitavam João como Messias.
João chega
e anuncia: "Mudem de vida, porque o Reino de Deus chegou!" Ele é
preso por causa da sua coragem de denunciar os erros tanto do povo como dos
homens do governo. Jesus, ouvindo que João foi preso, volta para a Galileia e
faz o mesmo anúncio que João fazia: "Esgotou-se o prazo! O Reino de Deus
chegou! Mudem de vida! Acreditem nesta Boa Nova!" Jesus continua a
pregação de João e a ultrapassa. Em João termina o AT, em Jesus começa o NT.
Jesus chegou a dizer: Dentre os nascidos de mulher, não há maior do que João,
mas o menor do Reino é maior do que ele" (Lc 7,28).
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