sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

 
O TREM DA JUVENTUDE[1]:

           
Precisará de um combustível. Vamos usar carvão vegetal? Diesel? Álcool? Gasolina? Não! Nosso combustível deve ser ecológico e renovável. Gerar vida e não morte;
            
Precisará de um trilho. Qual será abitola, a medida desse trilho? Será a medida de nossos sonhos! Não podemos nos deixar guiar nem instrumentalizar, seja qual for à justificativa;
            
Precisará de maquinistas. Que sejam amorosos, que saibam com clareza qual é o sentido de nosso trem. De nossos sonhos, de nossa luta. Para tanto, precisa de uma metodologia libertadora, humanizadora, de formação e mobilização. De uma teologia da libertação, que ensine a amar e não a ter medo;
            
Precisará de estações. Onde uns descerão e outros subirão. Livremente! São paradas para abastecer, para descansar, para refletir. São a confirmação do direito universal de ir e vir, negado a tantas pessoas, sobretudo jovens do meio popular;
            
Precisará de manutenção. De revisão, de reforço didático e metodológico. De conteúdos que sejam construídos por todos os passageiros. De sustentabilidade, que, mais que recursos, contenha comunicação e dialogicidade. De educação para a liberdade;
            
Precisará de um ritmo. Que atenda e respeite os mais variados ritmos e tempos de seus diversos passageiros. Que saiba o tempo de correr e o tempo de parar. O tempo de dobrar os joelhos e fechar os olhos e o tempo de arregaçar as mangas e lutar. O tempo de ouvir e o tempo de falar;
         
  Precisará de sinais. Quais serão os sinais que nos orientarão no percurso? Apontando os perigos, os desafios, as conquistas e avanços? Para não ficarmos excessivamente otimistas e perdermos o senso crítico, mas também não nos perdermos nas críticas vazias e genéricas. Ambas têm o poder de afastar pessoas.
          
  Precisará de janelas. Que possibilitem a entrada de ar fresco e refrescante. A brisa e o cheiro de nossas matas, rios e terras. O perfume de nossas flores, a beleza de nosso céu. Janelas que nos permitam namorar a vida. Aprender e ensinar com outras pessoas. Com outras pastorais. Com outros movimentos. Com outros passageiros de outros trens, que deslizam sobre outros trilhos, mas que buscam a mesma estação final. A sociedade justa e solidária;
           
 Precisará de eixos. Bem dimensionados, que suportem o peso de nossas utopias. De nossas ousadias e indignações. Eixos temáticos que abriguem e articulem nossos conteúdos, nossos princípios e nossa diversidade étnico/cultural. Que carreguem bem juntinhas, a fé e a vida;
           
 Precisará de buzina. Para buzinar forte. Apitar alto a todos os ouvidos, quando algo ou alguém, ameaçar a vida, nosso bem maior. Quando a vida humana for desumanizada. Quando as pessoas, a terra, os rios e as fontes forem mercadorizadas. Mas também para celebrarmos, aos quatro ventos, nossas alegrias. Cantar nossos louvores;

            
Precisará de pontes. Que sejam firmes e fortes. Na fé e na ideologia. Que nos liguem aos abismos sociais. Que acabem com os isolamentos e com as ilhas sociais. Que nos levem da indiferença e do comodismo ao engajamento. À solidariedade e à indignação. Que nos traga sempre nova, a esperança. Fresca, viçosa e autônoma como a brisa de cada manhã.
           
 Precisará de faróis. Que iluminem nossos trilhos e destinos. Qual a lua clara sobre o mar, desvelem as realidades obscuras que naturalizam injustiças e opressões. Que iluminem os porões do autoritarismo, do moralismo e dos medos e aponte para o Reino de Deus pregado pelo jovem Nazareno. Que seja uma espiritualidade capaz de humanizar a vida e as relações. Que comunique o mistério e nos leve ao encontro com o sagrado. Que nos ajude e ensine a pensar e não nos transmita apenas pensamentos prontos. Que clareie o jeito de ser igreja povo de Deus, igreja libertadora, gestada no Concílio Vaticano II e parida em Medellín e Puebla;   
            
Precisará de uma sombra. De uma árvore onde faremos poesia, namoraremos e afetivamente faremos amor. Onde tiraremos as sandálias e descansaremos e de onde retomaremos a caminhada. Onde cantaremos salmos e reabasteceremos nossas forças. Essa árvore só pode ser a da juventude plena que é Deus.   

[1] João Santiago. É Teólogo, Poeta e Militante. É Educador Popular e assessorou a oficina “Juventude e Educação Popular” no III Congresso Nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular, em Bom Jesus da Lapa, Bahia. É autor do Livro “Vida e Poesia” entre outros. 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal Entre Corações

A Paróquia Coração de Maria de Londrina realiza todos os ano o Natal Entre Corações, onde os paroquianos da Coração de Maria apadrinham crianças da comunidade do Novo Amparo, um bairro carente de Londrina.

Neste ano nós vestimos e presenteamos 520 crianças, graças ao amor e à doação daqueles que se dispuseram a ajudar!

Parte dessas crianças são assistidas pela Pastoral da Criança de nossa paróquia, que faz visitas periódicas às famílias do Jardim Novo Amparo, orientando sobre uma alimentação saudável e fazendo o acompanhamento do peso e do desenvolvimento das crianças. A entrega dos presentes das crianças assistidas pela Pastoral da Criança aconteceu em um dia de festa e celebração. Iniciamos com a Santa Missa, depois aconteceu a pesagem das crianças e, por fim, a entrega dos presentes e a partilha do alimento.

O grupo JC de Londrina teve a oportunidade e a graça de, neste ano, poder ajudar a Pastoral da Criança na preparação desse momento tão especial. Nos unirmos à outras pastorais e movimento que tenham objetivos em comum com os nossos é uma atitude de unidade que gera muitos bons frutos para nós e, em especial para as pessoas a quem nós dedicamos nossas ações! Com certeza dessa primeira experiência, virão muitas outras ações em conjunto com essa Pastoral que faz um trabalho tão lindo e significativo!

E você, sabe se existe Pastoral da Criança em  sua comunidade? Conhece o trabalho que eles realizam? Busquemos conhecer o trabalho desta e de tantas outras Pastorais Sociais de nossa Igreja e vamos unir nossas forças na contrução de um  Reino de justiça, amor e paz!

Grupo JC Londrina


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Papa Francisco: "José, homem fiel e justo que preferiu acreditar no Senhor"

Queridos irmãos e irmãs, bom dia !

Neste quarto domingo de Advento, o Evangelho nos narra os acontecimentos que precederam o nascimento de Jesus, e o evangelista Mateus nos apresenta do ponto de vista de São José, o prometido esposo da Virgem Maria.

José e Maria moravam em Nazaré; ainda não moravam juntos, porque o matrimônio ainda não tinha sido concluído. Enquanto isso, Maria, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo, ficou grávida por obra do Espírito Santo. Quando José percebeu este fato, ficou confuso. O Evangelho não explica quais eram os seus pensamentos, mas nos diz o essencial: ele procura fazer a vontade de Deus e está pronto para a renúncia radical. Em vez de se defender e fazer valer os seus direitos, José escolhe uma solução que representa para ele um enorme sacrifício. E o Evangelho diz: "Porque era um homem justo e não queria acusá-la publicamente, resolveu deixá-la em segredo" ( 1, 19).

Esta pequena frase resume um verdadeiro drama interior, se pensarmos no amor que José tinha por Maria! Mas, mesmo em tal circunstância, José pretende fazer a vontade de Deus e decide, sem dúvida com grande dor, abandonar Maria em segredo. Devemos meditar nessas palavras, para entender a prova que José teve que enfrentar nos dias que precederam o nascimento de Jesus. Uma prova parecida com aquela do sacrifício de Abraão, quando Deus lhe pediu seu filho Isaque (cf. Gn 22): renunciar à pessoa mais preciosa, à pessoa mais amada.
Mas, como no caso de Abraão, o Senhor interveio: ele encontrou a fé que buscava e abre um caminho diferente, um caminho de amor e felicidade: “José – lhe diz – não temas receber Maria, como sua esposa. De fato, a criança que nela foi gerada vem do Espírito Santo” (Mt 1, 20).

Este Evangelho nos mostra toda a grandeza de alma de São José. Ele estava seguindo um bom projeto de vida, mas Deus reservou para ele um outro projeto, uma missão maior. José era um homem que sempre dava ouvidos à voz de Deus, profundamente sensível à sua vontade secreta, um homem atento às mensagens que lhe vinham do profundo do coração e do alto. Não ficou obstinado em perseguir aquele seu projeto de vida, não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma, mas estava preparado para colocar-se à disposição da novidade que, de forma desconcertante, era-lhe apresentada. Era assim, era um homem bom. Não odiava, e não permitiu que o rancor lhe envenenasse a alma. Mas quantas vezes em nós o ódio, a antipatia também, o rancor nos envenenam a alma! E isso faz mal. Não permiti-lo nunca: ele é um exemplo disso. E assim, José se tornou ainda mais livre e grande. Aceitando-se de acordo com o projeto do Senhor, José encontra plenamente a si mesmo, além de si. Esta sua liberdade de renunciar ao que é seu, e esta sua plena disponibilidade interior à vontade de Deus, nos interpelam e nos mostram o caminho.

Nos dispomos agora a celebrar o Natal contemplando Maria e José: Maria, a mulher cheia de graça que teve a coragem de confiar totalmente na Palavra de Deus; José, o homem justo e fiel que preferiu acreditar no Senhor, em vez de ouvir as vozes da dúvida e do orgulho humano. Com eles, caminhamos junto rumo a Belém.
Depois do Angelus

Leio ali, escrito grande: “Os pobres não podem esperar”. Que bonito! E isso me faz pensar que Jesus nasceu em um estábulo, não nasceu em uma casa. Depois teve que fugir, ir ao Egito para salvar sua vida. Finalmente, voltou para sua casa em Nazaré. E eu penso hoje, também lendo este escrito, em tantas famílias sem casa, seja porque nunca a tiveram, seja porque a perderam por tantos motivos. Família e casa vão juntos. É muito difícil levar adiante uma família sem habitar em uma casa. Nestes dias de Natal, convido a todos – pessoas, entidades sociais, autoridades – a fazer todo o possível para que cada família possa ter uma casa.

Saúdo com afeto a todos vós, queridos peregrinos de vários países para participar deste encontro de oração. O meu pensamento vai às famílias, aos grupos paroquiais, às associações e aos fieis individualmente. Em particular, saúdo a comunidade do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras, a Banda de música de San Giovanni Valdarno, os jovens da paróquia São Francisco Nuovo em Rieti, e os participantes do revezamento que começou em Alexandria e chegou a Roma para testemunhar o compromisso com a paz na Somália.

A todos da Itália que se reuniram hoje para manifestar o seu compromisso social, desejo dar uma contribuição construtiva, rejeitando as tentações do confronto e da violência, e seguindo sempre o caminho do diálogo, defendendo os direitos.

Desejo a todos um bom domingo e um Natal de esperança, de justiça e de fraternidade. Bom almoço e nos vemos!
(Tradução Thácio Siqueira)
Fonte: www.zenith.org

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Continuemos a aprofundar um pouco sobre o nosso fundador... 
Santo Antonio Maria Claret!!!!


Deste modo, não apreciava mais a vida do que a alma. Demonstrando com que disposição abraçava a missão. Sua pretensão era a de fazer Deus conhecido e amado por todos e em todos os lugares.
Tinha entre as suas intenções a de proteger Deus dos pecados cometidos pelos homens. Como se os pecados fossem açoites contra Deus, a quem repetidas vezes chama de Pai. Outra intenção é a de advertir as pessoas, para que conheçam a verdade e não morram em pecado mortal, isso com o intuito de que não caiam no inferno.
O padre Claret encontrou no exemplo dos santos, profetas e no próprio Jesus Cristo a motivação e estímulo para assumir a sua missão. Entre os santos e profetas, riquezas da Igreja Católica, estão citados: Isaías alerta do povo de Jerusalém, Jeremias o amante de seus irmão e do povo de Israel, Ezequiel martirizado na Babilônia, Daniel que foi libertado da cova dos leões, Elias que foi arrebatado ao céu. Lembra-se, também, dos apóstolos: Pedro, Tiago, João e os demais, sua dedicação e disposição ao Senhor. Mostrando especial sentimento por Paulo e sua missão. Demonstra animação na leitura da vida e nas obras encontra um fogo tão ardente que o deixava inquieto. Isso o motivava, o empolava a ir de um lado para outro. O padre Claret menciona também dois padres; o primeiro é José Diego de Cádiz e o segundo Ávila, segundo Claret o dois são exemplos a serem seguidos.
A vida e o exemplo dos santos eram de tão grande estimulo que Claret copiava trechos de escrito para os recitasse.
Era devoto de santa Catarina de Sena. Lembrava-se de Madalena aos pés de Jesus e no pensamento agostiniano de unir a vida contemplativa com a vida ativa missionário, a exemplo de santa Catarina de Sena.
O padre Claret assumiu a pregação como sendo o mais importante bem que Deus deixou para a Igreja. É o modo que os bispos, e os que eles subdelegarem, de apascentar as ovelhas de Cristo.

Menciona a vida de santa Rosa de Lima, em seu zelo e grande afeição pela pregação. Sendo nos sermões a oportunidade de ganhar as almas dos pecadores para Cristo. A santa era um incentivo para o padre na tomada da missão, advertindo-o sobre as vaidades e fazendo com que perdessem o medo.É a partir da vida de santa Teresa faz uma reflexão, isso em relação a como e por que de entregar-se a vida religiosa. Reflete sobre o mundo e a sociedade em que vive, e o papel dos santos no contexto em que estiveram.Com as reflexões de santa Teresa do que é o inferno, santo Antônio Maria Claret se vê merecedor do lugar que preparam para ele no inferno, isso por seus pecados. Na descrição percebe ser impossível definir a visão de inferno, e mais difícil ainda entender. Esta visão, para Claret, pertence ao plano de Deus, a fim de mostrar-lhe que as tribulações desse mundo são pequenas quando comparadas ao fogo eterno.Da vida de santa Maria Madalena de Pazzi, a vocação de dar, oferecer, almas a Jesus. O desejo missionário na intenção de salvar almas pelo mundo inteiro. Reconhecendo sempre a Igreja como a mãe que nutre seus filhos. São os sacramentos que alimentam e purificam cotidianamente a vida dos crentes. Nas irmãs religiosas, contudo, está uma importante missão, a da oração. Nisto reside um dos muitos méritos da santa mãe Igreja.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O apego ao dinheiro destrói tudo: pessoas, famílias, relacionamentos
Na missa em Santa Marta, o Papa afirma que a riqueza é um dom de Deus que deve ser usado para ajudar os outros e não para ser acumulado com ganância
O dinheiro destrói tudo: famílias, relações com os outros, você mesmo. Para os pastores e padres a reflexão do Papa Francisco nesta manhã em Santa Marta será um novo ponto de partida para as catequeses e homilias: “O Papa disse que não devemos ser atacados ao dinheiro". Para alguns críticos será outra banalidade dita por Bergoglio, o "Papa – pauperista" que pensa apenas nos pobres.

A homilia do Santo Padre não é uma 'pílula matutina do bom humor', mas uma denúncia do que pode ser um veneno para a alma do homem: a ganância.

Papa Francisco reiterou isso muito bem: o apego ao dinheiro "leva à idolatria, destrói as relações com os outros". E quando falta um relacionamento de amor com o outro, é difícil ter um relacionamento com Deus. Bergoglio, no entanto, não quis simplesmente condenar a riqueza: essa “pode ser um instrumento de salvação e redenção, se você a considerar como dom de Deus e colocar à disposição daqueles que necessitam – afirmou.

O Papa fala por fatos, através das coisas que viveu e experimentou durante décadas de ministério pastoral no meio do povo: "Quantas famílias destruídas vemos pelo problema do dinheiro: irmão contra irmão, pai contra filho...". Bem como mostra o Evangelho, na liturgia de hoje (Lc 12, 13-21) que conta a história de um homem que corre o risco de separar-se de um irmão de carne por questão de herança e pede a Jesus para intervir.

"Essa é a primeira consequencia da atitude de estar apegado ao dinheiro: destrói" - disse o Papa - "Quando uma pessoa é apegada ao dinheiro, destrói a si mesma, destrói a família! O dinheiro destrói!É assim ou não?”
"O dinheiro - melhor explica o Santo Padre - serve para levar avante muitas coisas boas, muitos projetos para desenvolver a humanidade, mas quando o seu coração está apegado, destrói a pessoa". Jesus narra a parábola do homem rico que "acumula tesouros para si e não é rico para Deus".
"Isso é o que dói -acrescenta Francisco- a cupidez na minha relação com o dinheiro. Ter mais, ter mais, ter mais... "

O problema não é ser rico -diz o Papa- "mas a atitude, que se chama ganância” e que "provoca doença, porque leva você a pensar tudo em função do dinheiro".

“A cupidez é um instrumento da idolatria pois vai na direção contrária àquela que Deus traçou para nós”. O Papa recordou São Paulo quando diz: "Jesus Cristo, que era rico, se fez pobre para nos enriquecer". O caminho de Deus é, portanto, "a humildade, o abaixar-se para servir". A cupidez, ao invés, leva o cristão a percorrer uma estrada contrária: "Você, que é um pobre homem, se faz Deus por vaidade"- disse o Santo Padre.

O caminho que Deus nos ensina "não é o caminho da pobreza pela pobreza" - destacou Bergoglio- é "o caminho da pobreza como instrumento, para que Deus seja Deus, para que Ele seja o único Senhor”. Por isso, "todos os bens que temos, o Senhor nos dá para que levemos adiante o mundo, adiante a humanidade, para ajudar os outros".
Jesus -recordou o Papa- "nos diz que não devemos nos preocupar, pois o Senhor sabe do que precisamos", e convida-nos ao “abandono confiante no Pai, que faz florir os lírios do campo e alimenta as aves”. Então - concluiu o Papa- devemos “esculpir hoje, no coração, a Palavra de Deus:‘Cuidado e mantenham distância de toda cupidez, porque mesmo que alguém viva na abundância, a sua vida não depende daquilo que possui”.

(Trad.:MEM)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

PAPA FRANCISCO E A “ALEGRIA DO EVANGELHO”
            No dia 26\11\2013 o Papa Francisco publicou a exortação apostólica EVANGELII GAUDIUM, A Alegria do Evangelho, na qual trata de vários temas referentes à identidade, vida interna e atuação missionária da Igreja Católica no mundo contemporâneo. Este é o primeiro documento escrito na íntegra pelo Papa Francisco. Em julho deste ano, ele publicou em parceria com o Papa Emérito, Bento XVI, um documento sobre o tema da fé. A Evangelii Gaudium tem em torno de 142 páginas, é dirigida a todos os batizados (bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos) e trata vários assuntos: tanto assuntos internos da vida eclesial como assuntos ligados à relação da Igreja com o mundo atual.
            Elencarei alguns dos temas tratados pelo Papa Francisco neste belo e instigante documento: a necessidade da Igreja voltar à essência do Evangelho e de assumir com mais ardor a sua dimensão missionária, abrindo-se a uma verdadeira e profunda renovação espiritual. O Papa sugere caminhos para Igreja se renovar e propôs mudanças que devem ser feitas nas suas estruturas para a tornar mais atenta ao essencial e mais missionária.
O Papa Francisco insiste na dimensão misericordiosa do Evangelho e da prática de Jesus, com a sua 'revolução da ternura'. O Papa convida a Igreja que não se colocar no centro, deixando este espaço para ser ocupado por Jesus Cristo; neste contexto, sugere que a Igreja deixe o centro e se dirija à periferia 'geográfica e existencial' do mundo, aproximando-se mais dos afastados e mais pobres. “Quero uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito que nos ensinar... Enquanto não resolvermos radicalmente os problemas dos pobres, não resolveremos os problemas do mundo”. Quanto à pobreza, Francisco se volta contra o sistema econômico capitalista atual, que, além de ser 'injusto em sua raiz', também 'mata', levando em conta o predomínio da lei do mais forte; ele é uma "nova tirania invisível, às vezes virtual", dominada por um "mercado divinizado", no qual imperam a "especulação financeira, uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta".
            Francisco sugere também 'a conversão do Pontificado' para aperfeiçoar o exercício de seu Ministério e as estruturas centrais da Igreja, que de vem ser 'mais missionárias' e 'mais criativas'. Como já mencionou em outro momento, o Papa prefere ver uma Igreja acidentada e ferida, por sair às ruas em busca dos necessitados, do que uma doente pelo fato de estar presa e fechada em suas comodidades. Ele defende que a Igreja deve ter 'os templos com suas portas abertas' para que aqueles que procuram Deus não se deparem 'com a frieza das portas fechadas'. Demonstrando o seu lado acolhedor e misericordioso, afirma que 'a Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os mais frágeis', para que todos possam encontrar o caminho de Jesus, em referência aos divorciados casados. No campo da moral, o Papa afirma que a Igreja não deve mudar sua postura em relação ao aborto, pois 'não é progressista pretender resolver os problemas eliminando uma vida humana'. Afirma que 'o casamento é uma contribuição à sociedade', embora tenha reconhecido 'a profunda crise cultural' relacionada ao matrimonio atualmente.
            Espero que este documento ajude todos os cristãos a redescobrirem a essência de sua fé e a colocar a sua vida a serviço da construção do Reino de Deus e de um mundo melhor!


Pe. Ronaldo Mazula, cmf

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Continuando a nossa reflexão sobre
 a Vida e Obra de Santo Antonio Maria Claret 


Durante o noviciado Claret escreve duas orações. Na primeira, as principais súplicas são referentes a intercessão da Maria Santíssima, em favor dos que vivem em pecado. Fica muito clara a preocupação com as almas dos pecadores. Na segunda, mediante a intercessão de Nossa Senhora, seu pedido mostra certa desilusão: “Não há mais ninguém que faz o bem.” O padre expõe o desejo de denúncia o mal, e o desejo e não ficar mudo com tudo isso.
Durante o noviciado Claret,sente uma enorme dor na perna a qual só vai agravando fazendo com que os jesuítas temendo que Claret ficasse paralítico aconselharam-no a consultar o padre geral. Na conversa com o padre geral Antônio foi aconselhado a voltar para Espanha.
Saindo de Roma regressando em direção a Catalunha, ofereceram algumas opções. Contudo, o padre resolveu fixar-se em Viladrau, onde acabou de se restabelecer da enfermidade. Encontrou em Viladrau a oportunidade de começar com as missões.
E por ocasião da falta de médicos acabou fazendo-se médico espiritual de corporal. Estudava os livros de medicina e receitava. Logo a notícia do padre que curava se espalhou, trazendo enfermos dos mais diversos lugares.
Iniciou as missões em cidades a volta de Viladrau. Contudo, pelo trabalho como os enfermos as pessoas começaram a pedir-lhe para que não saísse da paróquia para fazer as pregações.
Com um enorme desejo de pregar em missões Caret pede afastamento do cargo de auxiliar, ficando livre par ir aonde fosse preciso. O povo de Viladrau sentiu muito o afastamento do padre Claret, tudo por sua caridade e pelas curas que Deus operou fazendo-o de instrumento. Sua intenção de salvar almas e ajudar no que fosse necessário fez dele um dom de Deus, na cidade de Viladrau. Reconhecia que os méritos não eram dele, mas de Deus.

Depois de oito meses, por concessão do bispo, saiu para pregar continuamente onde o bispo o enviava, sem ter lugar fixo. Não ia nunca a nenhuma cidade sem a permissão do bispo, via na obediência uma santa maneira de manter-se a serviço de Deus, e não de suas próprias vontades. Assim, chegou a conclusão de que o missionário não deve ser intrometido.

Faz a citação dos evangelistas João e Lucas referindo-se a figura da pesca em alusão a missão. Nas leituras vê-se a necessidade de ser enviado, pois Deus cuida dos que Ele envia.

Continua