PAPA FRANCISCO E A “ALEGRIA DO EVANGELHO”
No dia 26\11\2013 o Papa Francisco publicou a
exortação apostólica EVANGELII GAUDIUM, A
Alegria do Evangelho, na qual trata de vários temas referentes à
identidade, vida interna e atuação missionária da Igreja Católica no mundo
contemporâneo. Este é o primeiro documento escrito na íntegra pelo Papa
Francisco. Em julho deste ano, ele publicou em parceria com o Papa Emérito,
Bento XVI, um documento sobre o tema da fé. A Evangelii Gaudium tem em torno de 142 páginas, é dirigida a todos
os batizados (bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos) e trata
vários assuntos: tanto assuntos internos da vida eclesial como assuntos ligados
à relação da Igreja com o mundo atual.
Elencarei alguns dos temas tratados
pelo Papa Francisco neste belo e instigante documento: a necessidade da Igreja
voltar à essência do Evangelho e de assumir com mais ardor a sua dimensão missionária,
abrindo-se a uma verdadeira e profunda renovação espiritual. O Papa sugere
caminhos para Igreja se renovar e propôs mudanças que devem ser feitas nas suas
estruturas para a tornar mais atenta ao essencial e mais missionária.
O Papa Francisco insiste na dimensão misericordiosa do Evangelho e da
prática de Jesus, com a sua 'revolução da ternura'. O Papa convida a Igreja que
não se colocar no centro, deixando este espaço para ser ocupado por Jesus
Cristo; neste contexto, sugere que a Igreja deixe o centro e se dirija à
periferia 'geográfica e existencial' do mundo, aproximando-se mais dos
afastados e mais pobres. “Quero uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito
que nos ensinar... Enquanto não resolvermos radicalmente os problemas dos
pobres, não resolveremos os problemas do mundo”. Quanto à pobreza, Francisco se
volta contra o sistema econômico capitalista atual, que, além de ser 'injusto
em sua raiz', também 'mata', levando em conta o predomínio da lei do mais
forte; ele é uma "nova tirania invisível, às vezes virtual", dominada
por um "mercado divinizado", no qual imperam a "especulação
financeira, uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta".
Francisco sugere também 'a conversão do Pontificado' para aperfeiçoar o exercício de seu Ministério
e as estruturas centrais da Igreja, que de vem ser 'mais missionárias' e 'mais
criativas'. Como já mencionou em outro momento, o Papa prefere ver uma Igreja
acidentada e ferida, por sair às ruas em busca dos necessitados, do que uma
doente pelo fato de estar presa e fechada em suas comodidades. Ele defende que
a Igreja deve ter 'os templos com suas portas abertas' para que aqueles que
procuram Deus não se deparem 'com a frieza das portas fechadas'. Demonstrando o
seu lado acolhedor e misericordioso, afirma que 'a Eucaristia não é um prêmio
para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os mais frágeis',
para que todos possam encontrar o caminho de Jesus, em referência aos
divorciados casados. No campo da moral, o Papa afirma que a Igreja não deve
mudar sua postura em relação ao aborto, pois 'não é progressista pretender
resolver os problemas eliminando uma vida humana'. Afirma que 'o casamento é
uma contribuição à sociedade', embora tenha reconhecido 'a profunda crise
cultural' relacionada ao matrimonio atualmente.
Espero
que este documento ajude todos os cristãos a redescobrirem a essência de sua fé
e a colocar a sua vida a serviço da construção do Reino de Deus e de um mundo
melhor!
Pe. Ronaldo Mazula, cmf
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