sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

PAPA FRANCISCO E A “ALEGRIA DO EVANGELHO”
            No dia 26\11\2013 o Papa Francisco publicou a exortação apostólica EVANGELII GAUDIUM, A Alegria do Evangelho, na qual trata de vários temas referentes à identidade, vida interna e atuação missionária da Igreja Católica no mundo contemporâneo. Este é o primeiro documento escrito na íntegra pelo Papa Francisco. Em julho deste ano, ele publicou em parceria com o Papa Emérito, Bento XVI, um documento sobre o tema da fé. A Evangelii Gaudium tem em torno de 142 páginas, é dirigida a todos os batizados (bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos) e trata vários assuntos: tanto assuntos internos da vida eclesial como assuntos ligados à relação da Igreja com o mundo atual.
            Elencarei alguns dos temas tratados pelo Papa Francisco neste belo e instigante documento: a necessidade da Igreja voltar à essência do Evangelho e de assumir com mais ardor a sua dimensão missionária, abrindo-se a uma verdadeira e profunda renovação espiritual. O Papa sugere caminhos para Igreja se renovar e propôs mudanças que devem ser feitas nas suas estruturas para a tornar mais atenta ao essencial e mais missionária.
O Papa Francisco insiste na dimensão misericordiosa do Evangelho e da prática de Jesus, com a sua 'revolução da ternura'. O Papa convida a Igreja que não se colocar no centro, deixando este espaço para ser ocupado por Jesus Cristo; neste contexto, sugere que a Igreja deixe o centro e se dirija à periferia 'geográfica e existencial' do mundo, aproximando-se mais dos afastados e mais pobres. “Quero uma Igreja pobre para os pobres. Eles têm muito que nos ensinar... Enquanto não resolvermos radicalmente os problemas dos pobres, não resolveremos os problemas do mundo”. Quanto à pobreza, Francisco se volta contra o sistema econômico capitalista atual, que, além de ser 'injusto em sua raiz', também 'mata', levando em conta o predomínio da lei do mais forte; ele é uma "nova tirania invisível, às vezes virtual", dominada por um "mercado divinizado", no qual imperam a "especulação financeira, uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta".
            Francisco sugere também 'a conversão do Pontificado' para aperfeiçoar o exercício de seu Ministério e as estruturas centrais da Igreja, que de vem ser 'mais missionárias' e 'mais criativas'. Como já mencionou em outro momento, o Papa prefere ver uma Igreja acidentada e ferida, por sair às ruas em busca dos necessitados, do que uma doente pelo fato de estar presa e fechada em suas comodidades. Ele defende que a Igreja deve ter 'os templos com suas portas abertas' para que aqueles que procuram Deus não se deparem 'com a frieza das portas fechadas'. Demonstrando o seu lado acolhedor e misericordioso, afirma que 'a Eucaristia não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e um alimento para os mais frágeis', para que todos possam encontrar o caminho de Jesus, em referência aos divorciados casados. No campo da moral, o Papa afirma que a Igreja não deve mudar sua postura em relação ao aborto, pois 'não é progressista pretender resolver os problemas eliminando uma vida humana'. Afirma que 'o casamento é uma contribuição à sociedade', embora tenha reconhecido 'a profunda crise cultural' relacionada ao matrimonio atualmente.
            Espero que este documento ajude todos os cristãos a redescobrirem a essência de sua fé e a colocar a sua vida a serviço da construção do Reino de Deus e de um mundo melhor!


Pe. Ronaldo Mazula, cmf

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