quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Como se elege um Papa

 A história dos Conclaves contada por Ambrogio Piazzoni, vice-prefeito da Biblioteca Apostólica Vaticana.

Por Antonio Gaspari.

ROMA, 21 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org) -

Como se elege um Papa? Quem inventou o Conclave? Quais são os métodos e características que marcaram as eleições dos Papas na história?

Dr. Ambrogio Piazzoni, vice-prefeito da Biblioteca do Vaticano, autor de vários livros, incluindo História das eleições papais (Piemme 2005) responde a essas e a outras questões.

Convidado na Sala de Imprensa do Vaticano, Dr. Piazzoni explicou que os procedimentos atuais para a eleição do Papa é resultado de 2000 anos de história.
Nos primeiros anos da história os Papas eram eleitos pelas comunidades cristãs e pelo povo de Roma. No início se tratava de uma pequena comunidade. Com o tempo, eles começaram a ser nomeados por representantes que posteriormente elegiam o Papa.

O período mais complicado para a eleição do Pontífice foi por volta do século X, pois era grande a influência das autoridades de fora da Igreja.

"Imaginem que - disse o vice-prefeito da Biblioteca do Vaticano - reis e imperadores tinham o direito de apresentar ou vetar os candidatos ao Pontificado”.

Este é o período conhecido como luta das investiduras, com vários antipapas que se opunham aos eleitos.

E é evidente que o poder político tinha um peso sobre a eleição do Papa. Por essa razão, foi feita a primeira grande reforma que determinou que o eleitorado fosse constituído apenas por cardeais.

Em 1059 Nicolau II, estabeleceu a bula In Nomine Domini, que limitou a eleição apenas aos cardeais bispos.

Em 1179 Alessandro III estendeu a eleição a todos os cardeais e o eleito deveria ter pelo menos 2/3 dos votos.

A eleição por parte dos cardeais e a maioria de dois terços são condições válidas ainda hoje.

O primeiro Conclave oficialmente reconhecido foi instituído pelo Papa Gregório X que promulgou a constituição apostólica Ubi periculum(1274) estabelecendo que os cardeais eleitores, cada um com um único acompanhador, dez dias após a morte do Papa, deveriam se reunir em uma grande sala do palácio onde morava o falecido Papa e ali permanecerem isolados.
Se depois de três dias a eleição não tivesse acontecido, aos cardeais era reduzida a refeição para apenas uma opção da lista de alimentos, e depois de cinco dias, a comida era reduzida a pão, vinho e água.

Além disso, durante todo o período da Sede Vacante as rendas eclesiásticas dos cardeais eram transferidas para as mãos do Camerlengo, que posteriormente as colocava a disposição do novo Papa.

Tudo isso para evitar o prolongamento do período da Sede Vacante e para evitar situações como a reunião eleitoral de Viterbo, que durou 33 meses.

Mas nem todos concordavam, então, Adriano V suspendeu a Ubi periculum e o Papa João XXI a revogou.

Foi Celestino V que em 1294 arestaurou com a bula Quia in futurum.
Em 1298 o Papa Bonifácio VIII a inseriu integralmente no Código de Direito Canônico.

Ao longo dos séculos, houve várias tentativas para mudar as regras, até que o Papa Gregório XV (1621-1623) sentiu a necessidade de publicar duas Constituições, em que enfatizou o conclave, o claustro, a maioria de dois terços e o voto secreto. Nos séculos anteriores o voto era manifestado de maneira aberta.

Ainda no início de 1900 existia o direito de veto por parte dos soberanos católicos, que poderiam indicar uma lista de cardeais indesejados.

A Áustria tentou impor um veto sobre a eleição do cardeal Mariano Rampolla de Tíndaro, que se dizia próximo às posições da França.

Até que em 1904 o Papa Pio X com a Constituição Commissum nobis, aboliu o direito de veto das nações católicas.

No que diz respeito à conservação das atas e formulários para votação, que inicialmente eram queimados, o Dr. Piazzoni explicou que, ao longo dos séculos, os Pontífices decidiram uma forma ao invés da outra.

A este respeito, o Papa João XXIII decretou a preservação das atas, dos formulários e até mesmo das anotações dos cardeais escritas durante o Conclave.

O Beato Papa Roncalli também pediu a simplificação dos procedimentos e da votação e a possibilidade de que o Papa eleito publicasse a notícia do Conclave.

João XXIII foi o primeiro Papa que excedeu o número de 70 cardeais. Setenta são os anciãos do povo de Israel.

Em consonância com o crescimento da Igreja universal em 1970, o Papa Paulo VI estabelece o direito de votar e de participar do Conclave até os oitenta anos de idade e um número máximo de 120 cardeais eleitores.

Com a Universi dominici gregis de 1996, João Paulo II estabeleceu na Domus Sanctae Marthae um lugar em clausura para os cardeais, eliminou a possibilidade de eleição por aclamação e por comprometimento (em desuso há vários séculos) e indicou uma função espiritual para os cardeais que completaram 80 anos. Eles participam nas fases preliminares da eleição e conduzem as orações da Igreja universal.

Bento XVI, que já havia decretado que a partir do 34 º passaria a um segundo turno entre os dois cardeais mais votados na última eleição, sempre com 2/3 dos eleitores, com a condição de que os dois candidatos perdessem o direito de voto.

O Pontífice, Bispo de Roma, anunciou que antes de 28 de fevereiro emitirá um Motu Proprio sobre a modalidade do Conclave.

Fonte: www.zenit.org

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A caminhada Quaresmal!!!

      Olá Juventude, ao longo desta quaresma estamos realizando uma belíssima caminhada de vida e aprofundamento de quem somos! Para tanto estou disponibilizando um belíssimo comentario que adveio do Chile, sobre esta Transfiguração do Senhor que somos convidados a refletir em nossas comunidades e grupos de jovens... Se no Domingo passado estávamos olhando nossos pecados e tentações, hoje somos convidados a subir nossa montanha ao encontro real e sincero com Cristo Jesus... Boa escalada a todos/as 

ESCUTAR JESUS

José Antonio Pagola.

Os cristãos de todos os tempos sentiram-se atraídos pelo episódio chamado tradicionalmente "A transfiguração do Senhor". No entanto, os que pertencemos à cultura moderna não se torna fácil penetrar no significado de um relato com imagens e recursos literários, próprios de uma "teofania" ou revelação de Deus.

No entanto, o evangelista Lucas introduziu detalhes que nos permitem descobrir com mais realismo a mensagem de um episódio que a muitos lhes resulta hoje estranho e inverosímil. Desde o começo nos indica que Jesus sobe com os Seus discípulos mais próximos ao alto de uma montanha simplesmente “para orar", não para contemplar uma transfiguração.

Tudo sucede durante a oração de Jesus: "enquanto orava, o aspeto do Seu rosto mudou". Jesus, recolhido profundamente, acolhe a presença do Seu Pai, e o Seu rosto muda. Os discípulos percebem algo da Sua identidade mais profunda e escondida. Algo que não podem captar na vida ordinária de cada dia.

Na vida dos seguidores de Jesus não faltam momentos de claridade e certeza, de alegria e de luz. Ignoramos o que sucedeu no alto daquela montanha, mas sabemos que na oração e no silêncio é possível vislumbrar, a partir da fé, algo da identidade oculta de Jesus. Esta oração é fonte de um conhecimento que não é possível obter nos livros.

Lucas diz que os discípulos pouco se inteiram do que se passa, pois "se caiam de sono" e só "ao acordarem", captaram algo. Pedro só sabe que ali se está muito bem e que essa experiência não deveria terminar nunca. Lucas diz que "não sabia o que dizia".

Por isso, a cena culmina com uma voz e um mandato solene. Os discípulos vêem-se envoltos numa nuvem. Assustam-se pois tudo aquilo os ultrapassa. No entanto, daquela nuvem sai uma voz: "Este é o Meu Filho, o escolhido. Escutai-o". O escutar há-de ser a primeira atitude dos discípulos.

Os cristãos de hoje, necessitamos urgentemente de "interiorizar" a nossa religião se queremos reavivar a nossa fé. Não basta ouvir o Evangelho de forma distraída, rotineira e gasta, sem desejo algum de escutar. Não basta tampouco uma escuta inteligente preocupada só em entender.

Necessitamos escutar Jesus vivo no mais íntimo do nosso ser. Todos, predicadores e povo fiel, teólogos e leitores, necessitamos escutar a Sua Boa Nova de Deus, não desde fora mas desde dentro. Deixar que as Suas palavras descendam das nossas cabeças até ao coração. A nossa fé seria mais forte, mais satisfatória, mais contagiosa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Coração Jovem


No dia 16/02/2013 foi inaugurado o Altar Coração Jovem com a benção do nosso pároco padre Helmo. O altar já era uma ideia de outros tempos, porem só foi colocado em prática agora com a nova coordenação. Graças a uma benfeitora que nos fez essa doação, hoje nosso altar é composto pela imagem de Jesus Crucificado, Imaculado Coração de Maria e nosso padroeiro Santo Antônio Maria Claret além das bíblias, vela e terços. A inspiração de como montar nosso altar veio do estilo PJ com panos coloridos e em volta outros objetos no qual faz parte da nossa Biblioteca Coração Jovem. Os livros, cds, dvds e artigos ficam a disposição para os jovens levarem para casa usufruir e depois devolver a biblioteca fazendo uma espécie de rodízio.
Um dia feliz por poder receber o apoio e incentivo do nosso pároco que não só abençoou nosso altar mais partilhou conosco seu significado, nos motivando para vivermos este ano da fé com muito carinho e amor começando desde agora no tempo de quaresma, tempo este favorável para refletirmos e praticar a caridade nos apresentando e se colocando a serviço do nosso Senhor Jesus.
Um grande abraço a todos que a Luz de Jesus nos ilumine e que Santo Antônio Maria Claret ao lado de Nossa Senhora intercedam por cada um de nós
Amém.

Robinson Ribeiro
Coordenador do Grupo de Jovens 
Coração Jovem 

domingo, 17 de fevereiro de 2013


Setor Juvenil conta com Jovens Editores


Olá queridos/as irmãos e irmãs da Família Claretiana, no ultimo dia 17 de Fevereiro, na cidade de Goiânia, estive acontecendo o primeiro encontro da equipe de organização dos Subsídios da Juventude Claretiana, tendo como tarefa principal, estudar os Documentos da Igreja, Congregação e do setor Juvenil da CNBB do Brasil. Como base para a continuidade da formação da Juventude Claretiana.
O Setor Juventude agradece a resposta dos respectivos jovens que participaram deste projeto são eles: Claudine Rocha, Fabiano Godoy, Elvis Brasilino, Hudson Peroli, Pedro Brasilino, Susanne Mello. E solicito a todos que estejam orando pela Juventude neste novo projeto do Setor...

Oração oficial da CF 2013
Tema: Fraternidade e Juventude
Lema: "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6,8)
Pai santo, vosso Filho Jesus,
conduzido pelo Espírito
e obediente à vossa vontade,
aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.

Convertei-nos e, nos desafios deste mundo,
tornai-nos missionários
a serviço da juventude.

Para anunciar o Evangelho como projeto de vida,
enviai-nos, Senhor;
para ser presença geradora de fraternidade,
enviai-nos, Senhor;
para ser profetas em tempo de mudança,
enviai-nos, Senhor;
para promover a sociedade da não violência,
enviai-nos, Senhor;
para salvar a quem perdeu a esperança,
enviai-nos, Senhor;


Fernando Henrique Alves, CMF
Animador do Setor Juventude
Missionários Claretianos 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses


CIDADE DO VATICANO, 13 de Fevereiro de 2013 

Queridos irmãos e irmãs compartilhamos a primeira catequese quaresmal de Benedicto XVI,

Hoje, Quarta-feira de Cinzas, iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, quarenta dias que nos preparam para a celebração da Santa Páscoa; é um tempo de particular empenho em nosso caminho espiritual. O número quarenta aparece várias vezes na Sagrada Escritura. Em particular, como se sabe, recorda os quarenta anos no qual o povo de Israel peregrinou no deserto: um longo período de formação para transformar o povo de Deus, mas também um longo período em que a tentação de ser infiel à aliança com Deus estava sempre presente. Quarenta foram também os dias de caminhada do profeta Elias para chegar ao Monte de Deus, Horeb; bem como o tempoem que Jesuspassou no deserto antes de iniciar a sua vida pública e onde foi tentado pelo diabo. Na catequese de hoje gostaria de deter-me neste momento da vida terrena do Senhor, que leremos no Evangelho do próximo domingo.

Antes de tudo, o deserto, para onde Jesus se retira, é o lugar do silêncio, da pobreza, onde o homem é privado dos apoios materiais e se encontra diante das questões fundamentais da existência, é convidado a ir ao essencial e por isto lhe é mais fácil encontrar a Deus. Mas o deserto é também o lugar de morte, porque onde não tem água, não tem vida, é o lugar da solidão, onde o homem sente mais intensamente a tentação. Jesus vai para o deserto e lá é tentado a deixar o caminho indicado pelo Pai para seguir outros caminhos mais fáceis e mundanos (cf. Lc 4,1-13). Assim, Ele assume as nossas tentações, leva consigo a nossa miséria, para vencer o maligno e para abrir-nos o caminho para Deus, o caminho da conversão.

Refletir sobre as tentações sofridas por Jesus no deserto é um convite para cada um de nós a responder uma pergunta fundamental: o que é realmente importante na minha vida? Na primeira tentação o diabo propõe a Jesus transformar uma pedra em pão para acabar com a fome. Jesus responde que o homem vive também de pão, mas não somente de pão: sem uma resposta à fome da verdade, à fome de Deus, o homem não pode ser salvo (cf. vv 3-4.). Na segunda tentação, o diabo propõe a Jesus o caminho do poder: o conduz ao alto e lhe oferece o domínio sobre o mundo; mas este não é o caminho de Deus: Jesus tem muito claro que não é o poder mundano que salva o mundo, mas o poder da cruz, da humildade, do amor (cf. vv. 5-8). Na terceira tentação, o diabo propõe a Jesus atirar-se do ponto mais alto do Templo de Jerusalém e fazer-se salvar por Deus mediante seus anjos, isto é, de fazer algo de sensacional para colocar à prova o próprio Deus; mas a resposta é que Deus não é um objeto ao qual impor as nossas condições: é o Senhor de tudo (cf. vv 9-12.). Qual é o núcleo das três tentações que Jesus sofre? É a proposta de manipular a Deus, de usá-Lo para os próprios interesses, para a própria glória e para o próprio sucesso. Então, essencialmente, de colocar a si mesmo no lugar de Deus, retirando-O da própria existência e fazendo-O parecer supérfluo. Cada um deveria perguntar-se: qual é o lugar de Deus na minha vida? É Ele é o Senhor ou sou eu?

Superar a tentação de submeter Deus a si e aos próprios interesses ou colocá-Lo em um canto e converter-se à ordem correta de prioridade, dar a Deus o primeiro lugar, é um caminho que todo cristão deve percorrer sempre de novo. “Converter-se", um convite que escutamos muitas vezes na Quaresma, significa seguir Jesus de modo que o seu Evangelho seja guia concreto da vida; significa deixar que Deus nos transforme, parar de pensar que somos os únicos construtores da nossa existência; é reconhecer que somos criaturas, que dependemos de Deus, do seu amor, e apenas "perdendo" a nossa vida Nele podemos ganhá-la. Isto exige trabalhar as nossas escolhas à luz da Palavra de Deus. Hoje não se pode mais ser cristão como uma simples consequência do fato de  viver em uma sociedade que tem raízes cristãs: mesmo quem nasce de uma família cristã, é educado religiosamente deve, a cada dia, renovar a escolha de ser cristão, ou seja, dar a Deus o primeiro lugar, diante das tentações que uma cultura secularizada sugere continuamente, diante das críticas de muitos contemporâneos.

As provas às quais a sociedade moderna submete o cristão, de fato, são muitas, e afetam a vida pessoal e social. Não é fácil ser fiel ao matrimônio cristão, praticar a misericórdia na vida cotidiana, dar espaço à oração e ao silêncio interior; não é fácil opor-se publicamente às escolhas que muitos consideram óbvias, como o aborto em caso de gravidez indesejada, a eutanásia em caso de doença grave, ou a seleção de embriões para prevenir doenças hereditárias. A tentação de deixar de lado a própria fé está sempre presente e a conversão torna-se uma resposta a Deus que deve ser confirmada muitas vezes na vida.

Temos como exemplo e estímulo as grandes conversões como a de São Paulo no caminho de Damasco, ou de Santo Agostinho, mas também na nossa época de eclipses do sentido do sagrado, a graça de Deus está a serviço e faz maravilhas na vida de muitas pessoas. O Senhor nunca se cansa de bater à porta dos homens em contextos sociais e culturais que parecem engolidos pela secularização, como aconteceu para o russo ortodoxo Pavel Florenskij. Depois de uma educação completamente agnóstica, a ponto de agir com verdadeira hostilidade para com os ensinamentos religiosos ensinados na escola, o cientista Florenskij encontra-se a exclamar: "Não, não é possível viver sem Deus!", e a mudar a sua vida completamente, a ponto de tornar-se monge.

Penso também na figura de Etty Hillesum, uma jovem holandesa de origem judia que morreuem Auschwitz. Inicialmentedistante de Deus, descobre-O olhando em profundidade dentro de si mesma e escreve: "Um poço muito profundo está dentro de mim. E Deus está nesse poço. Às vezes eu posso alcançá-lo, muitas vezes a pedra e a areia o cobrem: então Deus está sepultado. É preciso de novo que o desenterrem"(Diário, 97). Na sua vida dispersa e inquieta, encontra Deus em meio à grande tragédia do século XX, o Holocausto. Esta jovem frágil e insatisfeita, transfigurada pela fé, torna-se uma mulher cheia de amor e paz interior, capaz de dizer: "Vivo constantemente em intimidade com Deus".

A capacidade de opor-se às atrações ideológicas do seu tempo para escolher a busca da verdade e abrir-se à descoberta da fé é evidenciada por outra mulher do nosso tempo, a americana Dorothy Day. Em sua autobiografia, confessa abertamente ter caído na tentação de resolver tudo com a política, aderindo à proposta marxista: "Eu queria andar com os manifestantes, ir para a cadeia, escrever, influenciar os outros e deixar o meu sonho no mundo. Quanta ambição e quanta busca de mim mesma havia em tudo isso!”. O caminho de fé em um ambiente tão secularizado era particularmente difícil, mas a Graça age da mesma maneira, como ela mesma ressalta: "É certo que eu senti muitas vezes a necessidade de ir à igreja, ajoelhar, curvar a cabeçaem oração. Uminstinto cego, poderia-se dizer, porque eu não estava consciente da oração. Mas eu ia, inseria-me na atmosfera da oração ... ". Deus a conduziu a uma consciente adesão à Igreja, em  uma vida dedicada aos menos favorecidos.

No nosso tempo não são poucas as conversões entendidas como retorno de quem, depois de uma educação cristã talvez superficial, afastou-se da fé por anos e depois redescobre Cristo e o seu Evangelho. No livro do Apocalipse, lemos: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo "(3, 20). O nosso homem interior deve preparar-se para ser visitado por Deus, e por essa razão não deve deixar-se invadir pelas ilusões, pelas aparências, pelas coisas materiais.

Neste tempo de Quaresma, no Ano da fé, renovemos o nosso compromisso no caminho de conversão, para superar a tendência de fechar-nos em nós mesmos e fazer, ao invés, espaço para Deus, olhando com seus olhos a realidade cotidiana. A alternativa entre o fechamento no nosso egoísmo e a abertura ao amor de Deus e dos outros, podemos dizer que corresponde à alternativa das tentações de Jesus: alternativa, isso é, entre o poder humano e o amor da Cruz, entre uma redenção vista apenas no bem-estar material e uma redenção como obra de Deus, a quem damos o primado da existência. Converter-se significa não fechar-se na busca do próprio sucesso, do próprio prestígio, da própria posição, mas assegurar que a cada dia, nas pequenas coisas, a verdade, a fé em Deus e o amor tornem-se a coisa mais importante.

(Após a catequese)

Amados peregrinos lusófonos, uma cordial saudação para todos, nomeadamente para os grupos portugueses de Lamego e Lisboa, e os brasileiros de Curitiba e Porto Alegre. Possa cada um de vós viver estes quarenta dias como um generoso caminho de conversão à santidade que o Deus Santo vos pede e quer dar! As suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e vossas famílias! Obrigado!


Fonte: www.zenith.org