quarta-feira, 28 de maio de 2014

Juventude que ousa lutar!

Adital

Por Laísa Silva e Thiesco Crisóstomo


No ano de 2013, muitos olhares se voltaram para as juventudes. No meio eclesial, a Semana Missionária, a Jornada Mundial da Juventude e a Campanha da Fraternidade, foram alguns dos diversos eventos e processos que demonstraram o reconhecimento da Igreja de se contribuir para que os e as jovens tornem-se cada vez mais protagonistas na construção de outro mundo possível, baseado na solidariedade e justiça social para que todos e todas tenham vida digna em abundancia (cf. Jo 10,10).

No âmbito social, o ano foi marcado pelas as Jornadas de Lutas da Juventude Brasileira, que aconteceram em abril e que desembocaram na construção de uma plataforma política encabeçada por grande parte das organizações juvenis brasileiras e que tiveram seu ponto alto nas grandes marchas construídas naquele mês, além de uma audiência com a presidência da república. Esta unidade marcava um momento importante na história das lutas juvenis brasileiras, pois era a primeira vez em mais de 10 anos que o governo federal recebia um grande grupo de organizações juvenis auto organizadas e com uma plataforma comum. Outro grande marco foi sanção do Estatuto da Juventude, conquista que reconhece a juventude como sujeito que precisa de políticas específicas, garantindo que anos de luta e reinvindicações da juventude no nosso país se tornassem efetivamente políticas de Estado. Torna-se o marco legal mais importante da história da juventude brasileira.

Ainda sobre 2013, não podemos esquecer as manifestações populares de junho, protagonizadas em grande parte pela juventude, que inicialmente tiveram como pauta a tarifa de transporte público na capital paulista, mas que tomou proporções gigantescas após a onda de violência policial para reprimir tais manifestações. Essas manifestações criaram uma grande efervescência popular no nosso país, no qual criou as condições para que de fato chegasse a hora de pautar, com mais força e adesão popular, o modelo de sociedade que temos e que queremos. Houve até mesmo uma fala do Papa Francisco, que disse em entrevista: "um jovem que não protesta, não me agrada". A juventude traz consigo inquietação e vontade, coragem e ousadia de mudanças profundas, quase genéticas.

O fato é que essa revolta causada pela repressão da PM foi aproveitada pela juventude como uma grande oportunidade de demonstrar o quão insatisfeita está com a realidade e a desigualdade social brasileira e pautar as melhorias e garantias de direitos básicos necessários como educação, saúde, transporte, moradia, lazer, cultura e segurança. Dentre as reivindicações feitas, um tema recorrente foi a reforma do sistema político e eleitoral. As manifestações eram contra a corrupção, por transparência, por mais participação popular nas decisões importantes para o país. Demonstrou o quanto o sistema político atual não atende e não representa essas juventudes, nem tampouco a maioria dos/as brasileiros/as.

Outro fato importante é que as Pastorais Sociais da CNBB e vários movimentos sociais construíram a 5a Semana Social Brasileira (SSB) que trouxe a discussão do Estado para que e para quem?" e reforçou que a estrutura de Estado que temos continua conservadora e não está a serviço da sociedade, sobretudo dos mais pobres. Mais do que discutir o Estado, a 5a SSB se propôs a discutir a sociedade, acreditando em sua organização e força política para propor o Estado que queremos, que precisa ser democrático de fato, e essa democracia é mais que votar e ser votado como demonstrou a insatisfação das ruas. Acreditamos em uma sociedade e, consequentemente, num Estado em que todos e todas tenham voz, vez e lugar, para que estejamos em conformidade com que Jesus afirma: "Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude." (cf. Jo 10,10).

Não há dúvidas de que para garantir que a juventude seja protagonista da própria vida e na sociedade, se faz necessária uma mudança estrutural. As estruturas que temos não atendem mais ao ideário democrático, nem tampouco solidário e justo ao qual temos tanto orgulho de afirmar que nossa sociedade se baseia. Como diz a música: "é hora de transformar o que não dá mais”. É hora de tomar conta dessa reflexão, nos grupos de jovens, no trabalho, nos bairros e nas famílias. É hora de mobilizar a juventude outra vez, agora não somente com cartazes, mas com faixas, com bandeiras diversas, em comunhão, pois somos muitos, mas "sozinho e isolado, ninguém é capaz”.

É por isso que este ano, várias organizações têm se organizado para lutar por essa causa. Agora, com a experiência do que foram as manifestações de junho, em 2013, temos a possibilidade de construir essa unidade popular, para que as lutas sejam fortalecidas. Já existem muitas iniciativas importantes sendo disseminadas. Dentre elas, é muito importante citar a Coalizão pela Reforma Política, capitaneada pela CNBB[3] e OAB[4] e que reúne ainda outras organizações e parlamentares que desejam transformação social e que entendem que o primeiro passo é rever o sistema eleitoral e o financiamento de campanhas.

"Na cola” dessas mobilizações temos a Semana da Cidadania [5] de 2014, atividade proposta pelas Pastorais da Juventude do Brasil, organização de jovens ligados à CNBB e escolheu este ano o tema da Reforma Política para a discussão. É importante que as juventudes dos grupos de jovens se sintam parte das decisões políticas e sociais e de fato envolvidas nos processos democráticos. É por acreditarem nos e nas jovens protagonistas, sujeitos da ação, construtores e construtoras de um outro mundo possível e necessário, que as PJs apontam várias ações concretas, que tem apoio da CNBB, e fazem parte da discussão atual da sociedade brasileira.

Outra grande possibilidade de mobilização é o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político[6] que está sendo construído por mais de 100 (cem) movimentos sociais, sindicatos, igrejas e ONGs. O objetivo do plebiscito é de organizar uma grande consulta popular, na semana da pátria, onde o povo brasileiro dirá sim ou não a uma Constituinte Exclusiva e Soberana, composta por cidadãos e cidadãs exclusivamente para mudar o sistema político, e não pelo Congresso Nacional[7]. Para além da própria consulta que se efetivará no voto, temos a oportunidade de mobilizar todos e todas no debate do tema, aproveitando o sentido pedagógico do trabalho de base, da reflexão e da unidade de todos os envolvidos. Sabemos que o Plebiscito Popular não finda em si, ele é um meio de envolver de fato as pessoas, e assim as juventudes, no processo democrático, de dar-lhes voz, vez e lugar na sociedade. Buscar de fato uma estrutura política que represente e trabalhe em prol do povo, sobretudo os mais pobres é tarefa de todos e todas.

Sabemos que para essas mudanças houveram tentativas que para dar frutos, necessitavam de um interesse político e que hoje é quase inexistente. Poucos são os que têm interesse em realizar a Reforma do
sistema político e eleitoral. É fácil perceber isso se observarmos os dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que mostram que dos 594 parlamentares eleitos em 2010, 273 são empresários, 160 compõem a bancada ruralista, 73 da bancada evangélica e apenas 72 representam os interesses dos trabalhadores. As mulheres representam 9% dos 513 deputados e 12,3% dos 81 senadores. Se observarmos as juventudes, são 40% do eleitorado, mas, 3% apenas no Congresso Nacional. E, que ainda assim, não defendem de fato os direitos dos mais pobres e excluídos, nem tampouco das juventudes. A política precisa ser mais acessível e menos excludente. E nós jovens queremos e devemos ser envolvidos e envolvidas nesses processos, afinal, nós não somos só o futuro, somos muito mais o presente desse país.

Não resta dúvida que o ano de 2014 será tão cheio quanto o anterior. Já tivemos a Jornada de Lutas da Juventude Brasileira que "botou o bloco na rua”, tendo como consequência, inclusive, uma reunião com a presidência da república. Lá foram apresentadas as pautas que foram construídas coletivamente em todo o país. Mas sabemos que somente isso não resolverá nossos problemas. Sabemos que o diálogo é necessário, mas a pressão popular torna-se obrigatória quando não há mudanças. O nosso desejo de transformação não pode ceder espaço para a boa vontade de alguns. Esta precisa ser somada ao nosso sonho. Somente o povo organizado e unido dará as condições para as mudanças que queremos!

Essa é, sem medo de errar, a tarefa das juventudes brasileiras:contribuir na construção de uma frente popular que garanta as mudanças necessárias, que ouse lutar e sonhar e que avance na construção do Projeto Popular para o Brasil!

Notas:
[1] Laísa Silva é estudante de Psicologia pela UFMG e estagiária no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Direitos Humanos do Ministério Público de MG. É Articuladora da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Belo Horizonte e foi Secretária do Serviço Regional de Evangelização das Juventudes do Leste 2 da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo) no período de 2013 a 2014.
[2]Thiesco Crisóstomo é bacharel em Sistemas de Informação pela UFPA e estudante de Ciências Sociais pela UNIFESSPA. Foi Secretário Nacional da Pastoral da Juventude no período de 2011 a 2013. É membro na Ampliada Nacional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), pelo Regional Norte 2 da CNBB (Pará e Amapá).
[3]Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: www.cnbb.org.br
[4] Ordem dos Advogados do Brasil: www.oab.org.br
[5] A Semana da Cidadania (SdC) faz parte das Atividades permanentes das Pastorais da Juventude do Brasil. A SdC acontece todo ano na semana de 14 a 21 de abril. Este ano o tema da SdC é "Juventudes na luta pela Reforma Política” e o lema "É hora de transformar o que não dá mais”.
[6] Visite a página do Plebiscito: www.plebiscitoconstituinte.org.br
[7]Cartilha Plebiscito por um novo Sistema Político, pág. 1.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=80774

sexta-feira, 23 de maio de 2014

GUARDAR OS MANDAMENTOS

GUARDAR OS MANDAMENTOS

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos... Aquele que tem os meus mandamentos e

os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei

e me manifestarei a ele!” (Jo 14,15.21)

Neste fim de semana a Igreja Católica celebra o sexto domingo da Páscoa, tempo em

que os cristãos são convidados a aprofundar a sua relação com Cristo Ressuscitado e sua

comunhão na comunidade da qual participam e na qual são chamados a viver o mandamento

do amor a Deus e ao próximo.

No evangelho deste domingo, Jesus une o amor a Ele com o guardar ou praticar os

seus mandamentos. E AMAR o próximo como Ele nos amou: amor que respeita, que valoriza,

que acolhe, que se aproxima, que escuta, que ensina e critica positivamente, que anima e que

dá a vida pelo outro. Amor que insere cada um no projeto de salvar e redimir a humanidade,

ou seja, no projeto de ajudar a humanidade a encontrar o verdadeiro sentido da vida e se

tornar humanidade plenificada na paz, na justiça, na solidariedade, na comunhão e, a partir  dai DIVINIZADA!

Muitos cristãos dizem acreditar e seguir a Jesus Cristo, mas estão muito distante de

seus ensinamentos, com convicções e práticas ambíguas, antidivinas e anticristãs. Não vivem

nem seguem o Deus de Jesus Cristo. Seu Deus é o poder, o materialismo ferrenho, o

racionalismo ateu, o hedonismo desenfreado, a corrupção da alma e do espírito, Estão

totalmente fechados à construção de um mundo melhor para todos, porque estão

corrompidos pelo egoísmo e pelo individualismo. Não sabem nem entendem nada de partilha

e comunhão. A dor e o sofrimento de milhões de crianças, jovens, idosos, não os afetam nem

sensibilizam. O orgulho, a cobiça e ambição dominam seus pensamentos e anseios.

O AMOR DE JESUS gerou vida e O levou a dizer: “ninguém tem maior amor do que

aquele que dá a vida pelo próximo”.

Este é o maior mandamento de Jesus: dar a vida pelo próximo...

Desejo que seja o AMOR de Jesus a iluminar a vida de todos os homens e mulheres de

boa vontade: ILUMINE e todos os casais e família; a todos os filhos e jovens; aos idosos; ao

papa Francisco, todos os bispos e sacerdotes; aos religiosos e religiosas; a todas as lideranças

religiosas do mundo; a todos os políticos e empresários, a todos os que acreditam na vida, na

paz, na comunhão e na justiça...

A amizade com Jesus engloba lealdade ao seu projeto e fidelidade aos seus

mandamentos e ensinamentos. Desejo que todos nós, cristãos, sejamos verdadeiros amigos de

Jesus, no amor e na prática de seus mandamentos e ensinamentos.

Pe. Ronaldo Mazula, cmf

terça-feira, 20 de maio de 2014

Deixe a leitura fazer parte do seu dia



Por Christian Barbosa
Costumo dizer que o tempo para a leitura é uma das coisas mais importantes em nossas vidas. No entanto, pesquisas apontam que o brasileiro costuma ler pouco.
No último ano, por exemplo, um estudo piloto do IBGE, realizado com mais de 5 mil pessoas com 10 anos ou mais nos estados do Pará, São Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco e no Distrito Federal, apontou que a leitura ocupa em média seis minutos de um dia, já o tempo gasto na frente da televisão é de 2h35. Além disso, em 2012, o Instituto Pró-Livro destacou que no Brasil são lidos apenas dois livros inteiros por ano.
A leitura é vista por muitos como uma ação sem importância alguma, porém um livro nos faz sonhar e aprender. Ele é capaz de transformar qualquer pessoa. Por isso, para ajudar a dar um basta nesses índices negativos, escolha um livro e confira algumas dicas que eu selecionei para colocar a sua leitura em dia.
1 – Menos TV, mais leitura– Se você diminuir o tempo que assiste TV com programas inúteis e utilizar esse tempo para ler um livro, será muito benéfico. Pode ser difícil para quem é viciado em televisão trocar a novela por um bom livro, por exemplo, mas recomendo que essa pessoa escolha um dia por semana para fazer essa substituição. Trocar um dia de novela por um livro pode fazer um bem enorme para a mente.
2 – Crie seu canto de leitura – Escolha um lugar no seu ambiente preferido e decore-o para facilitar sua leitura, como: uma boa cadeira, luminária, incenso, música ambiente etc. Utilize esse espaço sempre que for ler. Esse pequeno cantinho criará uma âncora visual, sinestésica e auditiva e facilitará a motivação para leitura.
3 – Leitura seletiva– Você não precisa ler tudo que falam para você ler. Eu tenho o hábito de comprar apenas livros que realmente me interessam e, quando escolho uma obra para ler, analiso o índice, leio o prefácio e, se possível, seleciono apenas os capítulos que me interessam e pulo os que são perda de tempo ou que tem pouco valor para agregar. A maioria dos livros técnicos permite isso.
4 – Foque em no máximo 2 livros – Evite ler muitos livros simultaneamente, isso reduz sua produtividade de leitura e ainda tira o foco. Escolha um livro para deixar no seu canto de leitura e outro menor para carregar sempre, esse servirá para ler na espera do médico, na sala do aeroporto, no ônibus, metrô etc.
5 – Leitura Dinâmica– Já fiz dois cursos de leitura dinâmica na minha vida e posso dizer que eles realmente funcionam, é só seguir as atividades sugeridas. A dica essencial é ler em blocos em vez de palavras isoladas. Para começar, foque em 3 palavras por vez, depois vá aumentando o número de palavras até conseguir focar na linha toda. Outra dica é evitar o hábito da leitura labial ou mental, tem gente que até fala a palavra que está lendo, isso condiciona sua velocidade de leitura. Se você tem esse hábito, uma solução é colocar um lápis na boca e morde-lo, até que essa mania suma da sua vida.
Hoje, também temos os aplicativos e sites que utilizam técnicas semelhantes. Esse formato aposta na Apresentação Visual Rápida e em Série das palavras, conhecida por RSVP.
6 – Partes em vez do todo– Em casos de livros técnicos, selecione apenas os capítulos importantes, que ajudarão na elaboração de um projeto, por exemplo.
7 – Armazene o Importante– Se você está lendo um livro que seu conteúdo merece ser relido e recuperado posteriormente, existem três formas de fazer isso com mais produtividade:
a) Marcadores – Utilize canetas de marcação de textos e grife o que achar importante. Além disso, quando algo é realmente útil e deverá ser usado, coloco uma anotação na contra capa do livro, algo do tipo: "Página 12 – Utilizar essa referência para a palestra X”;
b) Mapas Mentais – Utilizo muito a técnica de mapas mentais para resumir livros, reuniões e ter ideias. Vale a pena durante a leitura, utilizar um software que faça mapas mentais e resuma os principais conceitos do livro;
c) Softwares – Se você usar aplicativos como OneNote, Evernote, entre outros, poderá criar uma base de conhecimento pessoal e recuperar suas informações quando necessário. Tirar a foto do livro e colar nesses programas também ajuda a ganhar tempo.
[Christian Barbosa especialista em administração de tempo e produtividade.]

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?boletim=1&lang=PT&cod=80650

VAMOS COMEÇAR A APROFUNDAR ESTE TEMA EM NOSSA JUVENTUDE? 

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Brasil diz não retumbante à ideologia de gênero
Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo.
Por Prof. Hermes Rodrigues Nery

SãO PAULO, 09 de Maio de 2014 (Zenit.org) - Foi mais uma batalha bem sucedida em defesa da família no Congresso Nacional, em que diversos grupos atuaram no sentido de evitar a inclusão da ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação.

Mesmo que muitos aspectos desta terrível ideologia antifamília já esteja disseminada nas escolas, o PT queria era constá-la no PNE, justamente para dar legalidade ao que já vendo sendo feito, de acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Direitos Humanos, versão 3.

Mesmo assim, as feministas ficaram surpreendidas com a mobilização conservadora, e apesar da pressão que fizeram sobre os deputados da base governista, perderam nesta matéria. Foi a primeira vez que a ideologia de gênero é barrada, em nível nacional, num país do mundo.

O Brasil, mais uma vez, mostra aos ideólogos da cultura da morte, que aqui não está tão fácil como eles imaginaram, enfiar goela abaixo o pacote anárquico do feminismo radical, antivida, antifamília e anticristão. 

O fato é que houve conscientização e mobilização: tanto no Senado, quanto na Câmara, os deputados e senadores receberam informações e entenderam o que estava por trás dos eufemismos e retóricas, pois em nome da não-discriminação, o que se quer é garantir a ênfase no igualitarismo, para aí sim, discriminar os cristãos e todos aqueles que divergem do anarco-feminismo, Uma minoria que deseja impor à maioria, estilos de vida que atentam contra a dignidade da pessoa humana. Dignidade esta garantida pela Constituição Federal, e que por isso mesmo, de modo democrático, os grupos pró-família, procuraram assegurar. 

Aceitar a ideologia de gênero seria discriminar também as mulheres, no direito humano delas serem mães, pois tal ideologia - como afirma Francisco Javier Errázuris Ossa - "aprofunda tal discriminação, restringindo a missão da mulher na família e na sociedade e discriminando os filhos, os casais e a família do qual fazem parte".

Com a ideologia de gênero, a família é subestimada, diminuída, desvalorizada e desprotegida. E com isso, fica desamparada a pessoa humana, vulnerável à angústia, a violência e a solidão; pois estas são as conseqüências quando não se vive a família em sua estrutura natural, quando se distorce o sentido da família, buscando querer o mesmo significado (dando direitos iguais) a outras formas de família, que na verdade não são formas de família, mas contrárias à família, travestidas de simulacro, de falsa aparência, de escapismo e, portanto, de ilusão. 

Por isso, nos países desenvolvidos, em que o Estado se voltou contra a estrutura natural da família (fazendo apologia da idelogia de gênero), são mais perceptíveis as conseqüência dos danos sociais e as patologias decorrentes. O que se vê agora neste países é que cresce o número daqueles que querem revogar tais legislações, que deram legalidade a "estranhos morais" e abominações que aviltam o ser humano, em muitos aspectos. 

O Brasil, ao recusar a ideologia de gênero em seu Plano Nacional de Educação, deu mais um passo decisivo na afirmação da cultura da vida, para ser um país realmente desenvolvido, como nação pujante que é, mas como quem - gigante por natureza - quer se afirmar na vanguarda da cultura da vida. Por isso, a vitória pró-família no Congresso Nacional, inédita no mundo, foi altamente relevante.


O Prof. Hermes Rodrigues Nery é coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, especialista em Bioética (pela PUC-RJ), membro da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, diretor da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família e da Associação Guadalupe.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Juventude Avalia e fala da Relevância do Encontro de Espiritualidade

Os e as participantes do I Encontro Nacional de Juventudes e Espiritualidade Libertadora avaliaram o Encontro e afirmaram que desejam vivenciá-lo outras vezes. O evento terminou neste domingo, 04 de maio, e foi realizado em Fortaleza, Estado do Ceará, desde o último dia 1°. O evento reuniu cerca de 400 jovens de 15 estados e diferentes credos que se uniram para trocar experiências e aprofundar o debate sobre espiritualidade libertadora.
Bruno Luiz, da Pastoral da Juventude (PJ) de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, destacou a importância histórica do momento. "Historicamente, esse encontro representa muito, tem importância estratégica do ponto de vista da legitimação da teologia da libertação. Achei importante a troca de experiências, a convivência com os posicionamentos, as ideologias, acima de tudo com esse desejo de uma espiritualidade libertadora e de uma cultura de libertação. Acho que o evento deve ser periódico, estamos em um cenário – que inclusive foi discutido no encontro – de uma nova primavera com a chegada do Papa Francisco, de um maior espaço para essa teologia - então acho que esse encontro deve sim acontecer mais vezes”, manifestou.
Aline Ogliari, de Chapecó, Estado de Santa Catarina, da Secretaria Nacional da PJ, destacou a importância da participação da juventude em momentos que são voltados para ela. "Eu acho importante a participação da juventude no encontro porque fortalece a nossa mística, nossa espiritualidade, nossa identidade, é importante que seja realizado outras vezes. Acredito que nos processos de construção de toda atividade que for trabalhar com juventude de uma forma específica é importante contar com os jovens construindo o processo, participando e não sendo apenas sujeito de quem vai receber uma coisa pronta”.
A indígena Natália Tatanka, coordenadora de Direitos Humanos e Articulação Indígena do Movimento Saúde Mental Comunitária (MSMC), em Fortaleza, e missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), comemorou o fato de tantas pessoas, que nunca haviam tido contato com a temática, terem conhecido a espiritualidade indígena durante a oficina de ‘Espiritualidade Indígena e Cristianismo’. Natália também sugeriu a realização do Encontro também em outras regiões.
"O evento teve uma importância espetacular, porque foi possível dialogar com outras culturas, com outras formas de espiritualidade. Acho necessário esse espaço de diálogo, de transculturalidade e de partilha com cada um, cada jovem, independente de sua cultura, de seu modo de vida. Também é importante que o evento aconteça em outros estados para que se forme uma grande rede de juventude que possa dialogar ainda mais sobre a espiritualidade libertadora que queremos”, sugeriu.
No último dia de Encontro foi realizada uma plenária com apresentações e intervenções de cada uma das 10 oficinas realizadas, além de música, dança, um momento de mística e a apresentação da Carta Final. Esta foi elaborada a várias mãos e lida pela irmã Joaquina, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, por Daniel Souza, da Rede Ecumênica da Juventude (Reju) e Aline Ogliari, da Pastoral da Juventude.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=80455

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O mundo e a Igreja
Reflexões de Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Por Dom Alberto Taveira Corrêa

BELéM DO PARá, 02 de Maio dZenit.org) - A Igreja de Jesus Cristo saiu literalmente à Praça Pública, no dia da canonização de São João XXIII e São João Paulo II, dois papas de nossa geração, testemunhas das muitas vicissitudes e alegrias do tempo desafiador e maravilhoso em que nos encontramos. Quem acompanhou pessoalmente ou através dos meios de comunicação pôde conferir a diversidade das culturas, línguas e povos ali representados. Chamava atenção o fato de que chefes de Estado e de Governo compartilhavam espaço e emoção com a multidão presente em Roma. As várias confissões cristãs, representantes de outras religiões e pessoas de convicções diferentes, um mundo inteiro se sentia atraído por duas figuras ímpares quanto à missão exercida a seu tempo e quanto à têmpera de seu modo de ser homens e cristãos.
e 2014 (

Papa Francisco salientou em sua homilia da Missa da Festa da Divina Misericórdia que João XXIII e João Paulo II não tiveram medo de se defrontar com as chagas do mundo e de sua geração. João XXIII quis abrir as janelas da Igreja para que o sopro do Espírito se espalhasse, a fim de alcançar todos os homens e mulheres. João Paulo II, além de todo o empenho pela Evangelização, o missionário mais ardoroso de que temos conhecimento nos últimos tempos, foi ao encontro das pessoas, conversou com todos, não fugiu das situações mais dolorosas da Igreja e do Mundo. É que os cristãos se encontram dentro das realidades do mundo, são passíveis de erros e pecados, podem pôr tudo a perder, se não é a graça de Deus que os acompanha e sustenta.
A chave que abre as portas da esperança e da felicidade é justamente o reconhecimento simultâneo das fragilidades humanas e da força de Deus. Aquele que pode abrir o livro da vida das pessoas e da história humana é Jesus Cristo, o Cordeiro Imolado, o Santo de Deus. Só Ele tira o pecado do mundo (Cf. Ap 5, 1-8). Como Deus não nos fez para amassar barro na maldade e no egoísmo, o desejo de ser puros e santos atrai a todos. Por isso, apresentar a Boa Nova de Jesus Cristo, malgrado todos os pecados do mundo, é a estrada mestra para todos, sem exceção. Cabe à Igreja ter a ousadia de apontar para frente e para o alto, fazendo tudo para que o maior número possível de pessoas se envolva nesta grande marcha rumo à perfeição das relações das pessoas com Deus e entre si. Por isso tantos irmãos e irmãs são inscritos no catálogo dos santos, reconhecidos como modelos no seguimento de Jesus

As imagens do dia da Divina Misericórdia eram suficientemente eloquentes para nos convencermos de que a Igreja tem uma palavra e um testemunho a oferecer ao mundo. Trata-se de sua missão, na qual não pode se omitir. Ela deve ser anunciadora da verdade e lutar pela dignidade das pessoas, assim como há de mostrar que o melhor para todos é o amor ao próximo e o amor a Deus. Ao mostrar este caminho, que tem o nome de santidade, a Igreja e os cristãos aprenderão a se confrontar com as realidades humanas, inclusive quando as diferenças vêm à tona. E o diálogo entre diferentes começa com a valorização recíproca, que comporta superação de julgamentos e preconceitos. Acreditar no bem que existe no outro, seja qual for sua origem, idade ou prática religiosa, é um passo fundamental. Convergem na direção do bem as pessoas que apostam tudo nas próprias convicções e ao mesmo tempo se abrem para o bem que existe em quem procede de outras plagas.

As pessoas com quem dialogamos venham também a ter conhecimento de que temos algo a oferecer. Não somos incapazes quanto à humanidade e a cultura. A luz do Evangelho é o que existe de melhor para o mundo. Nada de omissão. Sejam, pois, superados os eventuais complexos de inferioridade com os quais muitos cristãos se apresentam diante das estruturas do mundo. Cresça a presença qualificada dos cristãos nos diversos campos profissionais. Amadureça sua capacidade de dar razão da esperança, segundo o caminho proposto pelo Apóstolo São Pedro: “Se tiverdes que sofrer por causa da justiça, felizes de vós! Não tenhais medo de suas intimidações, nem vos deixeis perturbar. Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência” (1 Pd 3,14-16).

A aventura da santidade se tornou mais atraente ainda com São João XXIII e São João Paulo II. Mas o que fazer para ser santo? Santo é quem olha ao seu redor e não se cansa de colher as flores e os frutos da árvore da vida, plantada pelo próprio Deus. Santo é quem não receia olhar nos olhos dos outros e ver o brilho que neles se acende. Santo é quem não se rende diante da maldade, mas persevera na busca do bem e dá nome ao bem que encontra. Santo é quem se convence de que Deus só sabe amar e olha para as pessoas com amor infinito. Santo é quem gosta do bem, da beleza, da verdade.

Nestes primeiros dias do mês de maio, venha em relevo um campo específico, no qual a santidade pode e deve crescer, o do trabalho. Ninguém separe sua vida de fé das suas atividades profissionais, sejam quais forem. E vale oferecer, justamente para o trabalho, dois outros sinais esplêndidos. Trata-se de Maria, Mãe do Redentor, uma simples Mãe de Família, no mês que lhe é dedicado. Outro é São José, o operário! As duas figuras, indispensáveis na vida cristã, foram mundo e Igreja, mãos que trabalharam e santidade inigualável. Os dois santos, apenas canonizados, souberam oferecer tais exemplos e deles foram devotos.  É a hora da Igreja, é a hora do mundo, a quem o Senhor Jesus oferece a salvação, pelos méritos de sua paixão, morte e ressurreição. Ninguém desperdice o tempo de Deus, que se chama hoje!

Fonte: Zenith. org