quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

II Encontro Nacional da Juventude Claretiana


   

Entre os dias 23 a 27 de Janeiro na Paroquia Coração de Maria em Londrina, ocorreu o II Encontro Nacional da Juventude Claretiana (ENJC) tendo a participação das seguintes frentes missionárias; Goiânia, Goianésia, Londrina, Pinhais, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Taguatinga, com a presença de 40 coordenadores de grupos de jovens das paroquias.

O encontro teve como objetivo formar a Juventude de nossas posições missionarias no carisma Claretiano. O mesmo girou em torno de três grandes momentos. O primeiro instante consistiu em ouvir os jovens, suas dificuldades e sucessos nos trabalhos que realizam com as juventudes em suas respectivas cidades. O segundo passo girou em torno da formação dos coordenadores, levando os jovens a conhecerem o fundador Santo Antônio Maria Claret pela ótica do pe. Irio Rissi, CMF que promoveu a discussão do assunto, a congregação e também os ramos da Família Claretiana que fora conduzida pelas Irmãs Missionarias Claretianas; Ir Fernanda, Rejane e Bernadete, que relatam o carisma da missão e por fim, neste encontro houve o lançamento e oficinas pelos integrantes do COJU sobre o I Subsidio da Juventude Claretiana que foi elaborado pelos próprios jovens e grupos de base do Brasil. E a terceira parte do encontro consistiu em solidificar as posições do I ENJC que ocorreu em Pouso Alegre. Além de terem momentos para troca de ideias e experiências na evangelização da juventude.


Desde já o Setor Juventude que esteve à frente deste encontro rende agradecimentos aos membros da comunidade local e paroquial de Londrina pela disposição do espaço e alimentação do encontro, aos respectivos párocos e superiores das comunidades que estiveram enviando os jovens para este momento formativo e celebrativo de nosso carisma, a presença e apoio do Prefeito de Apostolado Pe. Ronaldo Mazula, CMF e por fim, não poderia deixar de agradecer aos jovens do grupo de Londrina (Juventude Claretiana - Jayc). Pelos esforços e organização de toda parte logística oferecendo a todos a tranquilidade para conhecermos e estudarmos os princípios do Setor Juventude da Congregação. Que Deus esteja oferecendo a todos os envolvidos muitas graças por este primeiro trabalho com a juventude no ano da juventude... 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Olá Juventude.... continuamos o tema:

A EXPERIÊNCIA DE TRANSMITIR A FÉ

d. Esperança em um futuro absoluto de plenitude que agora já se pode pré-usufruir, anunciar e construir.
Junto com a fé e o amor, a experiência da esperança forma parte das experiências fundamentais do discípulo de Cristo. Dita experiência brota fundamentalmente da ressurreição de Cristo crucificado que, desde o reino dos mortos, entrou na vida de Deus e não foi reanimado simplesmente para voltar à vida presente. Nossa dimensão corporal, como a sua, será transformada, mas não eliminada. O mesmo se diz do cosmos. Este é o testemunho de algumas pessoas que “viram” algo que transformou suas vidas: Jesus vive e vive como primícia para nós, e desde a dimensão de Deus, continua relacionando-se conosco. No acontecimento da ressurreição de Jesus se inclui a ressurreição própria e a ressurreição universal, o perdão e a reconciliação irrevogáveis de Deus, e também a promessa de “céus novos e terra nova” que já se preparam e saboreiam, de alguma maneira, nesta existência. O presente está orientado para o futuro sem deixar de ter sentido como presente. Assim, a fé na ressurreição coloca os crentes num horizonte insuspeitado e indeduzível de esperança. A totalidade do real fica definitivamente orientada para uma meta final de plenitude e realização definitivas. Porém, esta dimensão de futuro tem que ser dialeticamente combinada com sua dimensão de presente. Com efeito, ao se confessar a ressurreição de Jesus, está-se confessando sua presença vivificante de ressuscitado no hoje da história. A história se converte, assim, no cenário onde se pode vislumbrar a vida nova que não tem fim. A esperança cristã não é simples espera passiva, mas exigência ativa de transformação social e gera no cristão a exigência de uma práxis de transformação social, informada pela solidariedade com as vítimas, projetando todo o existente para essa plenitude final de “um céu novo e uma terra nova…, onde será enxugada toda lágrima dos olhos dos homens e não haverá já a morte, nem haverá pranto, nem gritos, nem fadiga, porque o velho mundo passou” (Ap 21, 1.4). Esta experiência de esperança, junto com a experiência da presença sempre atual de Jesus, está ligada a experiência do Espírito do Ressuscitado: O Ressuscitado se vai na ascensão, mas fica, entregando seu Espírito, que nos abre os olhos, e nos permite confessar a Jesus como “O Senhor”, que impulsiona a missão, que cria a comunhão na diversidade, que sopra e fecunda as “sementes do verbo” presentes na humanidade e na criação, atualização e universalização da pessoa e da ação de Jesus.

6. Comunhão Eclesial
Esta experiência de fé, amor e esperança, de que “somos aceitos incondicionalmente, podemos confiar sem limites e de que vale a pena crer no amor” só é possível fazê-la em comunidade, em Igreja. Identidade e pertença se implicam mutuamente. As comunidades são o lugar onde se fortalece a fé e de onde surgem os testemunhos capazes de seguir transmitindo-a. Inclusive, a Igreja constitui o Sacramento (sinal visível e eficaz) da união íntima dos seres humanos com Deus e entre si. A comunidade cristã é o lugar onde se pratica e celebra, alegremente, a vivência da fé, onde se descobre a familiaridade de Deus, a igualdade humana, o serviço, a liberdade, a partilha, o amor incondicional etc. Sem um lugar onde se possa provar a autenticidade da mensagem cristã, este discurso não passaria de um entre tantos outros. Por outro lado, especialmente na situação da falta de apoios externos na sociedade e na cultura, as comunidades cristãs se apresentam, testemunhando sua fé, como contexto vital que promove a pessoa humana e a qualidade de vida da sociedade.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013



Olá Juventude.... continuamos o tema: 

   A EXPERIÊNCIA DE TRANSMITIR A FÉ 


5. Experiências que Jesus quer suscitar diante deste Deus

       Jesus se sente amado e enviado pelo Deus Abbá, e põe toda a sua vida a disposição de Deus para estabelecer seu Reino. Concretamente, Jesus quer provocar nos crentes algumas experiências fundamentais a respeito de Deus:

A. Fé como confiança radical Em primeiro lugar, Jesus quer provocar a experiência de fé, no sentido de confiança em Deus, que é bom e misericordioso. A experiência gozosa de ser querido, aceito, amado, perdoado, curado, acolhido de forma incondicional, imerecida e desde sempre por um Deus Pai-Mãe que, em Jesus, mostrou-nos até que ponto ele se implica com a realidade humana e a leva no coração. Forma parte também da fé no Deus de Jesus, a experiência de sentir-se “criatura”, de experimentar a própria vida como dom recebido fruto de uma vontade amorosa e não meramente da causualidade ou do azar, de uma origem transcedente aos pais, de alguém que pensou em mim amorosamente. Experiência de “conhecer-me” como algo mais que matéria e instinto, esse “algo mais” que suponho entre o nada e a “faísca” divina. Ser criatura de Deus, porém criatura livre, com uma margem enorme de liberdade e indeterminação, que tem respeitada a sua subjetividade, mas conduzida para a abertura ao criador, aos demais e ao mundo. Também forma parte da experiência de fé no Deus de Jesus, sentirmo-nos em relação com Ele, especialmente através da oração, sentir que “nele vivemos, nos movemos e somos”, experimentar sua presença que nos acompanha em todos os momentos de nossa vida.

B. Fé como respeito por seu mistério e obediência A experiência da fé no sentido de confiança radical, vai acompanhada sempre da experiência de “fiar-se apesar de tudo” de um Deus que continua sendo “totalmente outro”, transcedente, a quem devemos respeitar nessa alteridade e a quem não podemos manipular. Assumir a experiência de que seus caminhos não são nossos caminhos, que nem sempre responde conforme desejaríamos e que, portanto, convida-nos para uma busca e para uma purificação constante de nossa fé, de nossos esquemas “religiosos” e de nossas tentações de viver uma religiosidade hipócrita, narcisista e opressora (idolatria). Também o crente deve assimilar, desde sua confiança radical em Deus, a experiência do mal, do sofrimento e da morte em nós, ao nosso redor e no mundo, como algo que faz parte do mistério dessa vida e deste mundo criado assim por Ele. Porém, não só assimilar e aceitar, mas experimentar que, desde a fé e da entrega incondicional, como foi possível com Jesus, é possível encarar este mistério do mal sem fuga e nem resignação passiva, mas lutando contra ele e reconvertendo-o em gesto de entrega e de perdão.

C. Amor: “Vida nova” marcada pelo amor, que se traduz em perdão, serviço, entrega, especialmente aos “pobres, pequenos e pecadores”. Da experiência “fundante” de confiança radical no Deus Abbá (ser amado, perdoado e respeitado incondicionalmente), surge uma “nova vida” marcada pela experiência do outro como irmão, com quem devo me relacionar do mesmo modo como Deus se relaciona comigo, porque também ele necessita de amor, perdão, misericórdia, respeito e Deus oferece tudo isto através da mediação histórica que sou eu. A paternidade de Deus não é só vertical, mas se horizontaliza, de modo que a construção do seu Reino supõe a justiça para os oprimidos, pão para os famintos e vista para os cegos… 

       Isto requer do cristão a experiência de “descentramento” de si mesmo e entrega incondicional aos demais (“o que quiser ser o primeiro, faça-se o último e o servidor de todos”, “faze aos demais o que queres que façam a ti”). De modo que, outra das experiências fundamentais do cristianismo é a experiência de “morrer para si mesmo para viver”, que significa a entrega amorosa como o paradoxal caminho para a máxima felicidade. Amor que supera não só a lei do talião (olho por olho, dente por dente), mas também a do amor recíproco (“do ut des”), abrindo-se para aqueles de quem não se pode receber nada em troca e inclusive aos inimigos, aqueles de quem somente se recebe ou se pode esperar o mal. Neste sentido, forma parte da experiência cristã a sensibilidade amorosa para com os pobres e os excluídos, com a conflitividade inevitável que isso comporta. 


     Tal sensibilidade, tão evidente, brota da mesma experiência e conhecimento de Deus que, no Magníficat de Maria, “derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; sacia de bens os famintos e despede os ricos demãos vazias” (Lc 1,53). A experiência de confiança radical em Deus, conduz para a experiência de seu amor e de seu perdão como um dom gratuito, que não se pode merecer nem conquistar, e nesse sentido, não permite que alguém se sinta como “o justo” que tem mais direitos que os “pecadores” a ser premiado por Deus, o que levaria a entrar numa dinâmica de juízo, condenação e exclusão dos demais. Aquele que sentiu sua própria indignidade e pecado e recebeu a misericórdia e o perdão, sente-se capacitado para dizer sem medo, mas sem resignação: “Eu sou da mesma massa” e perceber que os maus, como ele mesmo pode comprovar, apesar de maus, são muitas vezes as primeiras vítimas do mal.
         
    A partir do testemunho evangélico sobre as curas de Jesus, também o cristão é convidado, mediante o mal e a necessidade, a experimentar a força da confiança (“tua fé te salvou”) e do amor (movido pela misericórdia) que faz surgir à esperança em nome de Deus. Jesus vem ao nosso encontro para tirar de nós o melhor que temos e despertar forças terapêuticas que quase desconhecemos; ajuda-nos a descobrir o poder da acolhida como fonte de sanação. Finalmente, o cristão deve fazer a experiência, seguindo a Cristo crucificado e ressuscitado, de quem o “amor e o perdão são mais fortes do que a morte”. Este amor, portanto, permite enfrentar as perdas dolorosíssimas, inclusive a morte física, que comporta uma vida marcada pela entrega, a misericórdia e o perdão. Constituem a prova definitiva da fé e do amor: Vale a pena amar até este extremo? Com certeza este é o caminho da vida e da felicidade? Esta é a experiência de seguir o convite de Jesus de “carregar a cruz e lhe seguir”. 




continua na proxima semana 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Olá Juventude.... Damos continuidade ao tema 

   A EXPERIÊNCIA DE TRANSMITIR A FÉ 

3. Experiências antropológicas nas quais
 se enraíza a experiência cristã

A experiência cristã, para que tenha bom fundamento e desenvolva todo seu potencial, deve enraizar-se numa série de experiências humanas que constituem o sujeito crente, experiências que o mesmo deverá fazer para que sua fé não seja superficial e encontre obstáculos na hora de ser transmitida a outros.

a. Experiência da própria finitude e indigência, mas também do próprio valor e da dignidade. Às vezes estou contente de existir e às vezes a carga é insuportável:
Tem sentido viver?

b. Experiência do mal, do sofrimento e da morte em si mesmo, na sua volta e no
mundo. Injustiças, crueldades...Tem sentido um mundo assim?

      c. Experiência do desejo e necessidade de ser aceito, amado, valorizado incondicionalmente. Será possível fazê-la?

d. Experiência do desejo de “vida nova” e de um “mundo novo” onde reine a paz, a justiça, a solidariedade, o respeito; onde não haja sofrimento nem morte.

e. Experiência das próprias contradições, da própria indignidade, do próprio pecado: “faço o mal que não quero e não faço o bem que quero”, frente ao que eu queria ser, ao que eu queria que fosse o meu entorno e o mundo.

f. Experiência da alteridade como plenitude e como limite: necessito do outro, mas o outro não está a minha disposição.

g. Experiência de uma“transcedência” em meu eu (cada aspecto da minha vida encontra sentido na totalidade do que sou), nos demais (meu“eu” somente encontra sentido no “nós” do qual me sinto parte), no universo (a humanidade, meu“eu” somente encontra sentido no conjunto do universo, em alguém do qual tudo surgiu e tudo depende).

h. Experiência de angústia frente a morte, a solidão e o absurdo e a experiência das reações desta angústia e medo: busca de segurança, afirmação do próprio eu frente ao outro que surge como meu rival (pecado radical): agressividade, violência, egocentrismo, confiança nos ídolos da morte (adicções multiplas a realidades que me prometem segurança, felicidade e êxito, mas me produzem maior vazio e decepção).

i. Experiência de uma confiança básica na realidade, graças ao cuidado e ao amor recebido nos primeiros anos de vida(otimismo).

4. A experiência do amor de Deus transmitida por Jesus: O amor, a misericórdia e o perdão imerecidos e incondicionais do Deus Abbá.


Diante destas experiências humanas, a fé cristã, isto é, a experiência de Deus manifestada em Jesus, constitui a experiência de uma Origem Amorosa, de quem aceito receber - como os demais e como o universo - a vida por amor e que se converte numa presença que me acompanha...Esta experiência me permite superar a angústia que produz a finitude e a morte, a solidão e falta de sentido. Para ponderar a novidade da experiência de Deus que vive e nos propõe Jesus, é bom referir-nos à experiência de pecado e de indignidade que o homem religioso experimenta diante de Deus, que se traduz, normalmente, na experiência do horror, do inferno do mal, da gravidade do pecado, que pode levar a experiências muito negativas de impotência, de necessidade de “aplacar a Deus”, de nihilismo. Jesus, pela sua Palavra e obra, comunica-nos que a reação de Deus diante do meu sentimento de indignidade ou de pecado e sua resposta à cegueira do mundo frente a realidade do mal, especialmente aquele causado pelo ser humano, é uma resposta desconcertante: Não de castigo e destruição, mas de imersão e de empatia. Deus, em Jesus, se insere no mundo, suporta-o e o muda por dentro. O Deus de Jesus está marcado pelo Amor, pela Misericórdia e Perdão incondicionais (= imerecidos), porque ama entranhavelmente a todas as suas criaturas, porém muito especialmente ao ser humano. Isto podemos comprovar em numerosas parábolas que nos falam de perdão, de buscar o que está perdido, de ser convidado para um banquete sem merecer…; ou em alguns textos significativos: “olhai os lírios do campo…”, “vós valeis muito mais que a erva do campo, que os pássaros do céu…”, Deus está disposto sempre a dar coisas boas aos que lhe pedirem… Também sua clara opção de situar o cumprimento da lei e a honra de Deus no bem da pessoa, sua cura, sua reconciliação com o irmão… Trata-se de uma misericórdia sempre desconcertante: transborda-nos, não podemos entendê-la. O Deus de Jesus, que é o mesmo Deus criador, mostra-se a nós como Deus que cria seres criadores ou criativos, e que os salva e leva à plenitude desde dentro da humanidade, fazendo-os participantes da obra redentora.

Continua na Proxima Semana 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


“QUE EU TE FAÇA CONHECER”

       Olá queridos/as Amigos/as da Juventude Claretiana! Espero que este 2013 seja um ano de muita luz, paz e felicidade a todos nós. Neste tempo em que vivemos Janeiro é o período de férias coletivas de vários irmãos e irmãs, momento em que deixamos um pouco as nossas atividades rotineiras para cair na praia, no lazer da vida e porque não na tranquilidade de nossa casa, afinal teremos o mês para isto. Mas um movimento que também ocorre com as comunidades cristãs e necessitamos evitar são as pessoas tirarem férias de Deus, da comunidade, da missa! 

      Para tanto, estou enviando uma proposta a você. Como este mês muitas pessoas aproveitam também para buscarem um pouco mais de conhecimento, ou a famosa reciclagem, convido-te a refletir um pouco sobre um seminário que ocorreu na Europa sobre Transmissão da Fé e como estamos neste campo de transmitir a fé aos nossos queridos amigos, vizinhos e colegas seja de trabalho ou faculdade, nada melhor que aprofundarmos um pouco está questão.

       A proposta se desenvolve em quatro semanas, na qual, teremos a oportunidade de aprofundar um pouco o que significa “Transmissão da fé” e como realiza-la de forma eficaz e direta. Estas conclusões não são minhas, mas sim, de um amplo Congresso sobre o tema celebrado na Polônia, terra de nosso saudoso Beato João Paulo II

A EXPERIÊNCIA DA FÉ A TRANSMITIR

1.      As características da experiência
 de fé que vivemos e queremos transmitir.

      O conteúdo da mensagem da fé que devemos transmitir deve ser explicitado de forma que responda ao contexto atual, que realmente seja inteligível e significativa para os homens e as mulheres de hoje. Não se trata, pois, de repetir o Creio ou de resumir o Catecismo da Igreja Católica, mas sim de sublinhar os elementos nucleares que cremos mais substanciais. 
     
     O conteúdo da mensagem da fé a ser transmitido não é um conjunto de verdades doutrinais abstratas, mas uma experiência de vida que vive o cristão, comunitariamente. Uma experiência que afeta integralmente a pessoa, experiência de um amor libertador que enche de sentido o coração e a vida, um acontecimento que me afeta e me enamora, um encontro que vai se convertendo em convivência, uma Palavra (a pessoa e o acontecimento que é Jesus) que vai fecundando meu coração de entranhável misericórdia. Uma experiência da qual somente se pode ser “testemunha”, definitivamente. Desde a experiência pessoal do mistério de Deus revelado na ressurreição de Jesus Cristo (“O que temos visto, ouvido, apalpado...da Palavra da vida”), os testemunhos serão tais, na medida em que irradiem, com a forma renovada de ser que lhes outorga essa experiência de fé, o encontro salvífico com Deus. 
       
      Nesse sentido definimos a experiência como uma mensagem de vida e de salvação, que provoca em quem a assume, uma transformação positiva no sentido de viver mais em plenitude e a sentir-se salvo, libertado de tudo, integrando o que provoca angústia, absurdo, morte, solidão, etc. 

2. O conteúdo nuclear da experiência cristã


Em síntese poderíamos dizer que a fé cristã que vivemos e queremos transmitir consiste na experiência - altamente humanizadora e plenificadora - da presença amorosa do Deus de Jesus cristo, reconhecida como centro da própria vida por meio da fé, da esperança e da caridade; experiência do seguimento de Jesus Cristo, que configura o crente com as atitudes e sentimentos que informaram sua vida histórica, “viver a vida como ele a viveu”, deixando claro que isto é possível somente “por ele, com ele e nele”. Cristo não é para o cristão um simples modelo de referência, mas uma presença vital que possibilita viver em relação a um Deus de cujo ser ele também forma parte. 

Continua na Próxima Semana!!!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


Homens inquietos movidos pela busca de Deus

Homilia do Papa Bento XVI na Solenidade da Epifania do Senhor e Ordenação episcopal de quatro sacerdotes
Amados irmãos e irmãs!

Para a Igreja crente e orante, os Magos do Oriente, que, guiados pela estrela, encontraram o caminho para o presépio de Belém, são apenas o princípio duma grande procissão que permeia a história. Por isso, a liturgia lê o Evangelho que fala do caminho dos Magos juntamente com as estupendas visões proféticas de Isaías 60 e do Salmo 72 que ilustram, com imagens ousadas, a peregrinação dos povos para Jerusalém. Assim como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele. A Igreja chama a esta festa «Epifania» – a manifestação do Divino. Se considerarmos o facto de que desde então homens de todas as proveniências, de todos os continentes, das mais diversas culturas e das diferentes formas de pensamento e de vida se puseram, e estão, a caminho de Cristo, podemos verdadeiramente dizer que esta peregrinação e este encontro com Deus na figura do Menino é uma Epifania da bondade de Deus e do seu amor pelos homens (cf. Tt 3, 4).

Seguindo uma tradição iniciada pelo Beato Papa João Paulo II, celebramos a festa da Epifania também como dia da Ordenação episcopal de quatro sacerdotes que daqui em diante irão colaborar, em diferentes funções, com o Ministério do Papa em prol da unidade da única Igreja de Jesus Cristo na pluralidade das Igrejas particulares. A conexão entre esta Ordenação episcopal e o tema da peregrinação dos povos para Jesus Cristo é evidente. O Bispo tem a missão não apenas de se incorporar nesta peregrinação juntamente com os demais, mas de ir à frente e indicar a estrada. Nesta liturgia, porém, queria reflectir convosco sobre uma questão ainda mais concreta. Com base na história narrada por Mateus, podemos certamente fazer uma ideia aproximada do tipo de homens que, seguindo o sinal da estrela, se puseram a caminho para encontrar aquele Rei que teria fundado uma nova espécie de realeza, e não só para Israel mas para a humanidade inteira. Que tipo de homens seriam então eles? E perguntemo-nos também se a partir deles, não obstante a diferença dos tempos e das funções, seja possível vislumbrar algo do que é o Bispo e de como deve ele cumprir a sua missão.

Os homens que então partiram rumo ao desconhecido eram, em definitiva, pessoas de coração inquieto; homens inquietos movidos pela busca de Deus e da salvação do mundo; homens à espera, que não se contentavam com seus rendimentos assegurados e com uma posição social provavelmente considerável, mas andavam à procura da realidade maior. Talvez fossem homens eruditos, que tinham grande conhecimento dos astros e, provavelmente, dispunham também duma formação filosófica; mas não era apenas saber muitas coisas que queriam; queriam sobretudo saber o essencial, queriam saber como se consegue ser pessoa humana. E, por isso, queriam saber se Deus existe, onde está e como é; se Se preocupa connosco e como podemos encontrá-Lo. Queriam não apenas saber; queriam conhecer a verdade acerca de nós mesmos, de Deus e do mundo. A sua peregrinação exterior era expressão deste estar interiormente a caminho, da peregrinação interior do seu coração. Eram homens que buscavam a Deus e, em última instância, caminhavam para Ele; eram indagadores de Deus.

Chegamos assim à questão: Como deve ser um homem a quem se impõem as mãos para a Ordenação episcopal na Igreja de Jesus Cristo? Podemos dizer: deve ser sobretudo um homem cujo interesse se dirige para Deus, porque só então é que ele se interessa verdadeiramente também pelos homens. E, vice-versa, podemos dizer: um Bispo deve ser um homem que tem a peito os outros homens, que se deixa tocar pelas vicissitudes humanas. Deve ser um homem para os outros; mas só poderá sê-lo realmente, se for um homem conquistado por Deus: se, para ele, a inquietação por Deus se tornou uma inquietação pela sua criatura, o homem. Como os Magos do Oriente, também um Bispo não deve ser alguém que se limita a exercer o seu ofício, sem se importar com mais nada; mas deve deixar-se absorver pela inquietação de Deus com os homens. Deve, por assim dizer, pensar e sentir em sintonia com Deus. Não é apenas o homem que tem em si a inquietação constitutiva por Deus, mas esta inquietação é uma participação na inquietação de Deus por nós. Foi por estar inquieto connosco que Deus veio atrás de nós até à manjedoura; mais: até à cruz. «A buscar-me Vos cansastes, pela Cruz me resgatastes: tanta dor não seja em vão!»: reza a Igreja no Dies irae. A inquietação do homem por Deus e, a partir dela, a inquietação de Deus pelo homem não devem dar tréguas ao Bispo. É isto que queremos dizer, ao afirmar que o Bispo deve ser sobretudo um homem de fé; porque a fé nada mais é do que ser interiormente tocado por Deus, condição esta que nos leva pelo caminho da vida. A fé atrai-nos para dentro de um estado em que somos arrebatados pela inquietação de Deus e faz de nós peregrinos que estão interiormente a caminho para o verdadeiro Rei do mundo e para a sua promessa de justiça, de verdade e de amor. Nesta peregrinação, o Bispo deve ir à frente, deve ser aquele que indica aos homens a estrada para a fé, a esperança e o amor.

A peregrinação interior da fé para Deus realiza-se sobretudo na oração. Santo Agostinho disse certa vez que a oração, em última análise, nada mais seria do que a actualização e a radicalização do nosso desejo de Deus. No lugar da palavra «desejo», poderíamos colocar também a palavra «inquietação» e dizer que a oração quer arrancar-nos da nossa falsa comodidade, da nossa clausura nas realidades materiais, visíveis, para nos transmitir a inquietação por Deus, tornando-nos assim abertos e inquietos uns para com os outros. O Bispo, como peregrino de Deus, deve ser sobretudo um homem que reza, deve estar em permanente contacto interior com Deus; a sua alma deve estar aberta de par em par a Deus. As dificuldades suas e dos outros bem como as suas alegrias e as dos demais deve levá-las a Deus e assim, a seu modo, estabelecer o contacto entre Deus e o mundo na comunhão com Cristo, para que a luz de Cristo brilhe no mundo.

Voltemos aos Magos do Oriente. Eles eram também e sobretudo homens que tinham coragem; tinham a coragem e a humildade da fé. Era preciso coragem a fim de acolher o sinal da estrela como uma ordem para partir, para sair rumo ao desconhecido, ao incerto, por caminhos onde havia inúmeros perigos à espreita. Podemos imaginar que a decisão destes homens tenha provocado sarcasmo: o sarcasmo dos ditos realistas que podiam apenas zombar das fantasias destes homens. Quem partia baseado em promessas tão incertas, arriscando tudo, só podia aparecer como ridículo. Mas, para estes homens tocados interiormente por Deus, era mais importante o caminho segundo as indicações divinas do que a opinião alheia. Para eles, a busca da verdade era mais importante que a zombaria do mundo, aparentemente inteligente.

Vendo tal situação, como não pensar na missão do Bispo neste nosso tempo? A humildade da fé, do crer juntamente com a fé da Igreja de todos os tempos, há-de encontrar-se, vezes sem conta, em conflito com a inteligência dominante daqueles que se atêm àquilo que aparentemente é seguro. Quem vive e anuncia a fé da Igreja encontra-se em desacordo também em muitos aspectos, com as opiniões dominantes precisamente no nosso tempo. O agnosticismo, hoje largamente imperante, tem os seus dogmas e é extremamente intolerante com tudo o que o põe em questão, ou põe em questão os seus critérios. Por isso, a coragem de contradizer as orientações dominantes é hoje particularmente premente para um Bispo. Ele tem de ser valoroso; e esta valentia ou fortaleza não consiste em ferir com violência, na agressividade, mas em deixar-se ferir e fazer frente aos critérios das opiniões dominantes. A coragem de permanecer firme na verdade é inevitavelmente exigida àqueles que o Senhor envia como cordeiros para o meio de lobos. «Aquele que teme o Senhor nada temerá», diz Ben Sirá (34, 14). O temor de Deus liberta do medo dos homens; faz-nos livres!

Neste contexto, recordo um episódio dos primórdios do cristianismo que São Lucas narra nos Actos dos Apóstolos. Depois do discurso de Gamaliel, que desaconselha a violência contra a comunidade nascente dos crentes em Jesus, o Sinédrio convocou os Apóstolos e fê-los flagelar. Depois proibiu-os de pregar em nome de Jesus e pô-los em liberdade. São Lucas continua: Os Apóstolos «saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do Nome de Jesus. E todos os dias (...) não cessavam de ensinar e de anunciar a Boa-Nova de Jesus, o Messias» (Act 5, 41-42). Também os sucessores dos Apóstolos devem esperar ser, repetidamente e de forma moderna, flagelados, se não cessam de anunciar alto e bom som a Boa-Nova de Jesus Cristo; hão-de então alegrar-se por terem sido considerados dignos de sofrer ultrajes por Ele. Naturalmente queremos, como os Apóstolos, convencer as pessoas e, neste sentido, obter a sua aprovação; naturalmente não provocamos, antes, pelo contrário, convidamos todos a entrarem na alegria da verdade que indica a estrada. Contudo o critério ao qual nos submetemos não é a aprovação das opiniões dominantes; o critério é o próprio Senhor. Se defendemos a sua causa, conquistaremos incessantemente, pela graça de Deus, pessoas para o caminho do Evangelho; mas inevitavelmente também seremos flagelados por aqueles cujas vidas estão em contraste com o Evangelho, e então poderemos ficar agradecidos por sermos considerados dignos de participar na Paixão de Cristo.

Os Magos seguiram a estrela e assim chegaram a Jesus, à grande Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem (cf. Jo 1, 9). Como peregrinos da fé, os Magos tornaram-se eles mesmos estrelas que brilham no céu da história e nos indicam a estrada. Os santos são as verdadeiras constelações de Deus, que iluminam as noites deste mundo e nos guiam. São Paulo, na Carta aos Filipenses, disse aos seus fiéis que devem brilhar como astros no mundo (cf. 2, 15).

Queridos amigos, isto diz respeito também a nós. Isto diz respeito sobretudo a vós que ides agora ser ordenados Bispos da Igreja de Jesus Cristo. Se viverdes com Cristo, ligados a Ele novamente no Sacramento, então também vós vos tornareis sábios; então tornar-vos-eis astros que vão à frente dos homens e indicam-lhes o caminho certo da vida. Neste momento, todos nós aqui rezamos por vós, pedindo que o Senhor vos encha com a luz da fé e do amor, que a inquietação de Deus pelo homem vos toque, que todos possam experimentar a sua proximidade e receber o dom da sua alegria. Rezamos por vós, para que o Senhor sempre vos dê a coragem e a humildade da fé. Rezamos a Maria, que mostrou aos Magos o novo Rei do mundo (cf. Mt 2, 11), para que, como Mãe amorosa, mostre Jesus Cristo também a vós e vos ajude a serdes indicadores da estrada que leva a Ele. Amen.


Fonte: www.zenith.org

terça-feira, 1 de janeiro de 2013


Olá Juventude!!!


       Espero que este artigo os encontre vivendo em paz, alegria e felicidade neste novo ano que se inicia. Feliz 2013! Nesta terça – Feira, celebrando a missa, iniciamos com duas grandes motivações, a primeira é celebrar o titulo de Theotokos (=Mãe de Deus) oferecido pela Igreja e também à motivação do Ano internacional da Paz, na qual, todo os povos celebram esta dadiva com alegria e esperança de tempos melhores. Para tanto estava na sacristia do nosso Santuário de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro em Taguatinga e as pessoas comentavam comigo como a Igreja vê e institui um Dogma? Quantos dogmas sobre Maria possuímos? Como é visto o dogma de Maria nos dias de hoje? Tentando responder a estas duvidas, vamos a este pequeno artigo, que têm o intuito de iluminar e impulsionar você há aprofundar um pouco mais a fé e buscar neste ano, seguir a recomendação de sua santidade Bento XVI “O Ano da Fé”.

       Existem quatro dogmas que relatam sobre Maria; Maternidade, Virgindade, Imaculada e Assunção. Os dois primeiros (Maternidade e Virgindade) foram declarados no Oriente e são datados dos primeiros séculos da Igreja, tendo como decisão os Concílios que pensaram, refletiram e decretaram como dogmas (verdades da Fé, que não podem ser questionadas), seu principal objetivo esta na luta contra as Heresias (internas da Igreja), suas bases estão em ampla sintonia com a Bíblia. Já os dois últimos (Imaculada e Assunção) foram declarados no Ocidente nestes dois últimos séculos da nossa era, foram decisões papais e possui como principal objetivo ir contra as ideias do tempo moderno (pensamentos que a sociedade detém sobre a Virgem), sua promulgação baseia-se na Tradição e menções indiretas na Bíblia.

     Os dogmas marianos se fundamentam na Bíblia e na Tradição. As Sagradas Escrituras contem todo o material da Revelação. E o que podemos afirmar sobre esta Tradição? A Igreja entende Tradição como a própria Bíblia e sua forma de contato com a Palavra de Deus. Tradição é a forma como a bíblia é lida de maneira piedosa pela Igreja ao longo dos séculos. Essa “leitura viva” não fica só na “letra”, mas chega ao “espirito” da Palavra, capta seu sentido mais profundo e o torna pleno e claro. A mesma Tradição transmite de varias maneiras os sinais para que um pensamento tornar-se Dogma da Igreja.

     Para que Dogma seja reconhecido pela Igreja são necessários três instancias. A primeira é o Senso dos Fieis (sensos Fidelium) que é a intuição ou percepção que o Povo de Deus (sempre com seus bispos) detém sobre as verdades da fé. É um faro espiritual ou instinto de fé, ou como a teologia afirma, são as razões do coração que crê. O segundo estagio esta no Magistério (Concílios, Papas e Bispos). Além de passar adiante a doutrina da fé, compete á instancia da autoridade sagrada e eclesiástica discernir as descobertas do povo fiel e aprovar as que são boas. E por fim, o terceiro crivo está na Teologia que também desenvolve de maneira sistemática a Tradição.

      Por fim, o que a Igreja deseja dizer com os dogmas marianos? Os dogmas são privilégios e graças muito especiais que Maria recebeu de Deus. Mas não só; falam de Cristo, essas graças a Virgem as recebeu em função de Cristo Jesus, sendo os dogmas um maior esclarecimento sobre os planos da Salvação que Deus oferece a nós. Porque nos Dogmas percebemos de forma visível as tarefas que Maria assumiu em proveito não próprio, mas sim, de toda a humanidade.



      Caro Jovem, convido você a aprofundar nesta semana, no site do vaticano www.vatican.va ou nos meios de comunicação social sobre os Dogmas Marianos e de modo especial porque nós católicos chamamos Maria de Theotokos, Mãe de Deus e nossa. Que Santo Antônio Maria Claret estejam nos aprofundando neste novo campo para conhecemos de forma mais sistemática e profunda a própria fé que Deus nos concede... Abraços queridos/as 

Pe. Fernando Henrique Alves, CMF
Animador do Setor Juventude 
Missionários Claretianos

01 de janeiro de 2013: XLVI Dia Mundial da Paz
CIDADE DO VATICANO, 31 de Dezembro de 2012 - Em sua mensagem para o 46° Dia Mundial da Paz, amanhã 01 de janeiro, Bento XVI escolheu o tema “Bem-Aventurados os obreiros da Paz”.
O Papa recorda que passados 50 anos do Concilio Vaticano II, “anima constatar como os cristãos, Povo de Deus em comunhão com Ele e caminhando entre os homens, se comprometem na história compartilhando alegrias e esperanças, tristezas e angústias, anunciando a salvação de Cristo e promovendo a paz para todos”.
“O nosso tempo - afirma - caracterizado pela globalização, com seus aspectos positivos e negativos, e também por sangrentos conflitos ainda em curso e por ameaças de guerra, requer um renovado e concorde empenho na busca do bem comum, do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo”.
“Causam apreensão - recorda Bento XVI - os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado. Além de variadas formas de terrorismo e criminalidade internacional, põem em perigo a paz aqueles fundamentalismos e fanatismos que distorcem a verdadeira natureza da religião, chamada a favorecer a comunhão e a reconciliação entre os homens”.
No entanto as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo – reconhece o Papa – “testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus”.
Tudo isso sugeriu inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: «Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5, 9).
O Papa comenta que bem-aventurança de Jesus diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana.
“A paz – afirma - envolve o ser humano na sua integridade e supõe o empenhamento da pessoa inteira: é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Como escreveu o Beato João XXIII na Encíclica Pacem in terris– cujo cinquentenário terá lugar dentro de poucos meses –, a paz implica principalmente a construção duma convivência humana baseada na verdade, na liberdade, no amor e na justiça”.
“A realização da paz depende sobretudo do reconhecimento de que somos, em Deus, uma úni­ca família humana” - acrescentou - .
“A paz não é um sonho, nem uma utopia; a paz é possível – destaca o Pontífice - Os nossos olhos devem ver em profundidade, sob a superfície das aparências e dos fenómenos, para vislumbrar uma realidade positiva que existe nos corações, pois cada homem é criado à imagem de Deus e chamado a crescer contribuindo para a edificação dum mundo novo”.

Fonte: www.zenit.org