quarta-feira, 23 de abril de 2014

Mensagem Urbi et orbi do Santo Padre Francisco
Sacada Central da Basílica Vaticana, domingo, 20 de Abril
Por Redacao

ROMA, 22 de Abril de 2014 (Zenit.org) - Amados irmãos e irmãs, boa e santa Páscoa!
Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28, 5-6).

Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucificado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensagem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte.

Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um testemunho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é permanecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.

Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!

Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.

Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.

Tornai-nos capazes de proteger os indefesos​​, sobretudo as crianças, as mulheres e os idosos, por vezes objecto de exploração e de abandono.

Fazei que possamos cuidar dos irmãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daqueles que são afectados por tantas outras doenças, que se difundem também pela negligência e a pobreza extrema.

Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos porque foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sacerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.

Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar livremente a sua fé.

Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!

Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as consequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada.

Jesus glorioso, pedimo-vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.

Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.

Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.

Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que seguem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacional, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País.Que eles como irmãos possam cantar Хрhctос Воскрес.

Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

Saudação
Queridos irmãos e irmãs,

Renovo os meus votos de feliz Páscoa a todos vós reunidos nesta Praça, vindos de todas as partes do mundo. Estendo as minhas felicitações pascais a todos que, de diversos países, estão conectados através dos meios de comunicação social. Levai às vossa famílias e às vossas comunidades o feliz anúncio que Cristo nossa paz e nossa esperança ressuscitou!

Obrigado pela vossa presença, pela vossa oração e pelo vosso testemunho de fé. Um pensamento particular e de reconhecimento pelo dom das belíssimas flores, oriundas dos Países Baixos. Feliz Páscoa para todos!

sábado, 12 de abril de 2014

A Semana das Semanas!!!

Hoje, inicia esta grande festa que para nós Cristãos Católicos é a maior festa que podemos celebrar. É o momento do amor se encontrar com o seu grande amado, de fazer a experiência de vida e acolhimento entre ambas realidades distintas, mas que se tornaram unidas graças o desejo de Deus, que manifestou o seu ilustre interesse de estar caminhando conosco, 
 
        Falar de Semana Santa é relatar sobre o Tríduo Pascal, da maior História de amor, entre um Deus e sua criatura, entre um homem (Jesus Cristo), que amou de forma especial a todos nós. Na verdade, só um Deus poderia nos amar desta forma. É preciso ter em mente que esta semana de celebrações é a fase visível daquilo que é invisível  a celebração do amor de Deus Pai para nós! Neste intuito, precisamos recordar que Deus não é uma simples ideia; um ato desligado da história ou mesmo uma defesa da religião! Pelo contrario Deus é Aquele que sujou as mãos para estar conosco, como atesta o livro de Êxodo, Java um Deus que tem coração e ouvidos “Eu ouvi o Grito de meu povo e vou ao seu encontro, toma-lo no colo e enquanto não lhe der uma terra que lhe emana leite e mel, não descansarei” 

     O Domingo de Ramos é o momento que Cristo é aclamado por toda a humanidade, nos impressiona, interpreta a nossa história humana, mostrando a verdade da humanidade. O mesmo povo que aclamou Jesus em sua adentrada no templo é que pede a soltura do bandido Barabas. Mas não fiquemos presos a história, e lembre-mos o quanto que nós somos o povo, o quanto que traímos a Jesus, porque quando eu erro, eu estou traindo o Senhor, a sua confiança, eu estou trocando Jesus por outras coisas e situações  E podemos nos questionar; Quantas vezes não trocamos Jesus por uma serie de coisas em nossas vidas?

A tradição é que no final de toda a caminhada Pascal, todas as pessoas  ganhem um ovo. E agora gostaria de fazer uma reflexão diferente; O ovo da Páscoa que ganharemos é elemento da vida, porque se olharmos bem, o ovo precisa ser quebrado para que possamos consumi-lo, tirar a embalagem para que assim tenhamos a oportunidade de degusta-lo. O convite é; Tiremos o ovo de sua embalagem, quebremos o ovo, para que assim possamos estar usufruindo do que temos dentro d’Ele. 

      A paixão de Jesus que estamos adentrando, acontece a todos os dias, quando milhares de brasileiros que sofrem pelas magoas, pela forma que vivemos no mundo em que vivemos. Quantos desempregados, que são traídos pela nossa forma de ser e pensar, quantas pessoas nós traímos  Como Jesus que foi traído  não por Judas Iscariotes, mas pelo povo representa a todos nós? O que podemos fazer para mudar tudo isto? 
 
     Enfim, juventude, que passemos de uma atitude meramente passiva na sociedade, para as atitudes que realmente transformam, como afirmava papa Francisco em sua visita ao Brasil, “jovens vamos missionar  Jovens vamos para a luta, para o embate, para a conquista de melhores coisas ã todos nós!
Desejo-te uma feliz e Santa Semana das Semanas!!!

Pe. Fernando Henrique, CMF
Animador do Setor Juventude 
Missionários Claretianos do Brasil 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

"A leitura ideológica do gênero é uma verdadeira ditadura"
Mons. Núncio Galantino, Secretário Geral da CEI, expressa a indignação dos bispos italianos para programas que ensinam uma ideologia ditatorial
Por Antonio Gaspari

ROMA, 28 de Março de 2014 (Zenit.org) - "A leitura ideológica do "gênero" é uma verdadeira ditadura que quer nivelar as diversidades, homologar tudo até tratar a identidade de homem e mulher como puras abstrações”, afirmou esta manhã Mons. Nunzio Galantino, nomeado há pouco pelo Papa Secretário Geral ad quinquennium da CEI, durante a coletiva de imprensa na Rádio Vaticano, durante a qual foi apresentado o comunicado final do Conselho Permanente que terminou ontem.

A menção de Galantino parte da palestra inaugural dada pelo Cardeal Angelo Bagnasco segunda-feira, 24 de março, e reflete bem o sentimento dos bispos italianos. O Secretário da CEI explicou como a Conferência Episcopal está alarmada com a iniciativa do Departamento Nacional Contra a Discriminação Racial (UNAR) sobre a produção e distribuição de folhetos nas escolas que discriminam as famílias e a religião.

O prelado fez referência a três folhetos – destinados respectivamente à escola primária, à escola secundária de primeiro grau e àquela de segundo grau – intitulados “Educar para a diversidade na escola e tendo Diretrizes para um ensinamento mais acolhedor e respeitoso das diferenças”.

Monsenhor Galantino disse que “o confronto dentro do Conselho Permanente destacou a preocupação dos Bispos por pressões que correm o risco de golpear fortemente a família, de associar indevidamente religião e homofobia, de apresentar como pacífico o assunto sobre a indiferença da diversidade sexual dos pais para o crescimento do filho e de motivar o matrimônio entre sujeitos do mesmo sexo”.

"Não entendo - acrescentou - porque para convidar um bispo a uma escola ou para organizar um passeio escolástico é preciso do parecer do conselho escolástico e, pelo contrário, para difundir folhetos ambíguos e fazer entrar pessoas que ensinam a ideologia do ‘gênero’, tudo corra bem”.

O bispo de Cassano all'Ionio também afirmou que viu com interesse o documento que falava de luta contra o bulling e a discriminação: “Fiquei chocado - acrescentou - , quando li que os panfletos alimentavam a discriminação contra a religião e contra as famílias. É um assunto sério descobrir que o Ministério da Educação não sabia nem dos conteúdos e nem sequer do programa para as escolas”. “E é ainda pior – disse o bispo – descobrir que as famílias não foram informadas e nem questionadas para discutir as eventualidades de tal programa escolástico”.
"Aqui não se trata de Igreja ou Estado: o direito primário à educação dos jovens é das famílias, e neste caso não foram nem sequer consultadas”, destacou Galantino. E anunciou que será o Papa Francisco que abrirá a Assembleia 

Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI) que acontecerá em Roma no próximo mês de maio.
O convite foi feito pelo presidente, o Cardeal Angelo Bagnasco, e o Papa o recebeu com entusiasmo. O prelado disse também que foi recebido ontem pelo Pontífice, juntamente com Bagnasco. No centro da conversa com o Pontífice estiveram os temas discutidos pelo Conselho Permanente.

O Papa, informou o secretário da CEI, tem insistido na necessidade de que "tudo o que a Igreja diz e faz tenha um impacto imediato sobre as pessoas". Monsenhor Galantino traduziu este convite explicando que, às vezes “ser só ‘ortodoxos’ é cômodo, enquanto que é muito mais importante ser corajosos e  coerentes com o testemunho do Evangelho”.

Portanto, o Papa Francisco exortou os bispos italianos a “estarem próximos das pessoas, a falarem de tal forma que nos compreendam, que as pessoas se deem conta de que o Evangelho não é um exercício ideológico, mas uma proposta para fazer mais bela a vida de cada dia. É do Evangelho que se tiram certas respostas e o estilo  com o qual se deve aproximar da realidade”.

Fonte Zenith. 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

ANCHIETA: “Admirável peregrino, todos seguem teu caminho

“Se você não mover os pés, não reconhecerá o ritmo da vida”

O peregrino é alguém que “entra” numa terra estranha, que se afasta dos apoios comuns da existência;
                      é alguém livre, que “saboreia” cada passo em cada momento, que não se acomoda num determinado lugar, que está sempre na expetativa do novo, do diferente, do inesperado... 

A estrada, são os caminhos do mundo... de Portugal, da Espanha, do Brasil... Mas é muito mais a senda de mistério e luz que o Senhor o faz seguir no decorrer de suas longas caminhadas.
Na estrada do peregrino há o despojamento, a pobreza, por vezes a fome e a sede, os caprichos das estações, a incerteza dos dias de amanhã. Há a liberdade do espírito, horizontes infinitos, desafios que despertam a criatividade, ousadia que ultrapassa o momento histórico...

Há o imprevisto, o acontecimento inesperado, que comanda o ritmo da marcha, as paradas, as estadias, as mudanças de rumo... Há o encontro com “fiéis e infiéis”, companheiros que se agregam, amigos que ajudam, inimigos que espreitam, pobres que compartilham o mesmo pão...

Finalmente, a estrada aproxima o peregrino, a cada instante, da meta ainda escondida, mas certa. Ao voltar-se para trás, ele se dá conta que o itinerário foi realmente maravilhoso, que a experiência o transformou, que está mais livre, mais autêntico, mais rejuvenescido... 

Anchieta é o homem “peregrino”: vai contemplar a outra face da fronteira geográfica e cultural, até então inédita para ele e para todos; busca viver em profundidade esta “experiência de travessia”, até os limites extremos do despojamento e de tudo. Percorre, a pé e de barco, todo o litoral brasileiro. Seu caminho ti-nha de ser desbravado com criatividade, ousadia e destemor. “Tinha o coração maior que o mundo...”

Anchieta é o homem de “fronteira”; há nele uma força interior que o arranca da acomodação, o coloca em contínuo movimento e o transforma em cidadão do mundo.
Mais que um simples deslocar-se, trata-se de um modo de viver e de situar-se no mundo.
Invadido por uma paixão que não lhe dá repouso, Anchieta está presente em tudo, sem extraviar-se nunca na confusão das coisas. Tudo lhe interessa e em tudo deixa o seu “toque”: literatura, educação, medicina, teatro, catequese, botânica... Sempre em marcha, sem encurtar os passos, o peregrino Anchieta avança como homem livre, sem deixar-se aprisionar por nada nem por ninguém, aberto aos acontecimentos, pronto a servir a Deus e seus pobres preferidos.

O “seguidor de Jesus” é, em sua essência, mudança, movimento, dinamismo, energia... pois Deus não nos deu um espírito de timidez, de medo, de fuga, de acomodação... mas de audácia, de criatividade, de luta, de participação.... A “fidelidade criativa” no mundo de hoje nos impulsiona a “inventar” constantemente, a “ousar” sem medo, a “deslocar-nos” sem parar, a “sair” de nossos esquemas fechados, mentalidades ultrapassadas, formalismos frios, modos de agir arcaicos...

Fidelidade criativa significa uma “leitura” atenta dos sinais dos tempos e abertura dócil a uma realidade em contínua mudança que define o campo de nossa criatividade.
É a ousadia, motivada e sustentada pelo amor de Deus, mas também pelo zelo apostólico e por uma sensibilidade para perceber as novas “necessidades” do nosso tempo.

Para isso é importante reconhecer o momento atual, espreitar possibilidades de mudança... que os horizontes sejam ampliados, que a imaginação seja desempoeirada, que os sentidos sejam ativados, que se renovem os tecidos da alma e sejam removidos os véus do espírito... para que avancemos, como Anchieta, em direção às novas fronteiras do espaço sem limites, que nos espera aberto e acolhedor.

Isto consiste em colocar-nos nos “passos” de Deus, com suficiente visão da realidade para ir adiante, e com bastante disponibilidade para mudar de caminho quando o sopro do Espírito assim nos sugerir.  

Textos bíblicos:   Mt. 4,18-25   Mc. 4,1-9   Mt. 9, 9-13


Nas nossas vidas acontece algo de verdadeiro e belo quando nos dispomos a viver em “estado de êxodo”: existem ainda céus por explorar, aventuras por empreender, experiências por aceitar, idéias por experimentar... Ainda existe uma “terra desconhecida” que nos desafia, que suscita curiosidade, nos põe a caminho...