sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


CARNAVAL: festa da alegria!

Nesta semana começa o CARNAVAL, uma das festas mais populares do Brasil e também, do mundo. Milhões de pessoas tiram estes dias para descansar, viajar, confraternizar e participar dos bailes, desfiles e eventos afins que catalisam a atenção e energia dos foliões. As escolas de samba que se prepararam o ano todo, agora trazem a pública a beleza do carnaval e os blocos carnavalescos animam centenas de cidades.
O Carnaval teria sua origem nas festas dionisíacas gregas em torno do século VII antes de Cristo ou na festa romana ao Deus Baco, deus do vinho. Ou ainda, nas festas cristãs antes da quaresma no início da Idade Média. O nome carnaval, significa, “adeus à carne”, do latim caro/carnis que significa carne e vale, que significa adeus/despedida.
O Carnaval era visto, na Idade Média cristã ocidental, como rito de despedida numa festa com comidas e carne, para se entrar no tempo quaresmal de penitência, jejum e abstinência. Hoje o carnaval se tornou um grande evento, infelizmente, banalizado, comercializado em torno de um erotismo, escandaloso e degradante.
Momentos festivos fazem parte da natureza humana. Na história da humanidade, as pessoas sempre fizeram festas rituais ou momentos de relaxamento, de descanso, de descontração, de fuga das atividades cotidianas e dos comportamentos aceitáveis e assumidos pela sociedade. Muitas pessoas assumem máscaras na vida cotidiana e as grandes festas com seus rituais servem para manifestar o desejo inconsciente de liberdade diante das normas e condicionamentos sociais. Muitas pessoas, no meio de um grande grupo, com ou sem máscaras ou fantasiadas, podem se esconder, pois todos são anônimos. Nestes momentos de festas e rituais o povo combate o seu moralismo e no anonimato, produz-se uma trégua coletiva, uma ‘purificação social’, uma liberação total de tudo que representa coerção e pressão e medo do corpo e do ‘carnal’.
No mundo estressante e corrido de hoje, é necessário que existam momentos de lazer, de recreio, de desestresse e de descanso. Porém, não se pode aceitar a instrumentalização destes momentos em prol de uma cultura laxista, irresponsável e promíscua, como se tem visto em alguns carnavais. Instiga-se e permite-se o sexo livre, drogas, álcool, lança-perfume etc. O belo e o estético no feminino e no masculino são vistos de forma deturpada e degradante. O corpo perde seu sentido. O erótico fica degradado a puro sexo ou mercadoria.
            A dimensão sexual é criação divina e é boa e importante! Mas, o sexo é bom com amor, responsabilidade, respeito ao corpo e sentimentos próprios e do outro. O AMOR erótico é lindo quando transcende, quando dignifica os amantes sem coisificá-los ou reificá-los, pois quando homem e mulher se amam, (re)fundam a ‘história’ da Criação, no amor verdadeiro..
Façamos propaganda do amor e do sexo que se tornam plenitude de relações, fruto de encontros profundos e sadios que não são somente instintivos ou carnais.
Busquemos o equilíbrio entre o lúdico e o festivo com o sagrado e o transcendente.
Propagamos o amor respeitoso e valorizador do ser humano em sua totalidade.
Convidemos cada pessoa a promover o encontro maduro e complementar entre sexo e amor, prazer e comunhão, lúdico e sagrado, corpo e alma, matéria e espírito.
CARNAVAL significa adeus à carne para se entrar num novo tempo. Digamos adeus à banalização, à vulgarização e à promiscuidade para valorizar o ser humano na sua totalidade. Adeus à promiscuidade nefasta para se construir relações amorosas.
Não se esconda atrás de máscaras e do sexo pelo sexo!
Viva na alegria, encontre-se consigo mesmo e tenha encontros lindos, humanos e espirituais com teu próximo!

Pe. Ronaldo Mazula, cmf, 
Prefeito de Apostolado dos Missionário Claretiano

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