No
dia 15 de julho, último dia do Seminário Nacional Juventude e Bioética, o dia
iniciou com a palestra do assessor da Comissão para a Vida e Família da CNBB,
padre Rafael Fornasier. Em sua colocação, o assessor forneceu pistas de ação
para que os jovens possam, em sua realidade, levar a postura da Igreja sobre a defesa
da vida.
Inicialmente,
padre Rafael apresentou como a Igreja tem dado a contribuição quando reforça a
Palavra de Deus, o cuidado com o próximo, a educação para a vida e o amor e o
protagonismo de todos os católicos nesta defesa. Ao citar a Constituição
Pastoral Gaudium et Spes, do Papa Paulo VI, o sacerdote enfatizou a importância
da presença dos leigos e que eles podem falar também em nome da Igreja contra
as formas de atentado à vida.
Cultura
de morte
Antes
de fornecer as pistas de ações concretas aos jovens, padre Rafael traçou um
panorama do contexto atual de cultura da morte e citou alguns de seus
elementos:
-
Ideologia eugenista, em que os “diferentes” devem ser eliminados, com base na
teoria de que apenas os "perfeitos" devem viver. Tal concepção
fundamentou a ideologia nazista e uma das máximas criadas foi o jargão “Vidas
que não devem ser vividas”. Inicialmente, favoreceu a eutanásia e, depois, a
ideia da superioridade da raça branca.
-
Ideologia de gênero: distinção entre o biológico e social. Ou seja, o sexo ou
as características físicas com as quais o indivíduo nasceu não determinariam a
atuação ou o modo de ser na sociedade.
-
Utilitarismo, consumismo, hedonismo: hoje, as questões de bioética estão muito
ligadas a estes conceitos no sentido de questioná-los. Tais conceitos
apresentam, segundo o assessor, um forte cunho econômico e uma busca de uma
liberdade deturpada e de um prazer exacerbado.
O
sacerdote apresentou ainda as questões em voga da bioética, como aborto,
controle de natalidade (métodos contraceptivos), reprodução assistida e
pesquisas com células-tronco. Além destas, o assessor destacou também
realidades como a disseminação da Aids, homossexualidade, pesquisa com seres
humanos, prostituição, eutanásia, tráfico de pessoas, desequilíbrio ecológico,
com o objetivo dos jovens tomarem consciência do seu campo de ação na sociedade
atual.
Pistas
de ação
“Isso
deve nos interpelar a atitudes concretas”. Foi com este alerta que o assessor
ressaltou a necessidade do protagonismo leigo e de ações efetivas na defesa da
vida, como a cobrança juntos aos Três Poderes para que atuem em favor da vida e
da família. Neste ponto, o sacerdote apontou como as três esferas parecem não
caminhar juntas, como se vê em certos casos, atualmente, com a sobreposição do
judiciário sobre o legislativo.
Ao
recordar ideias que afirmam ser hipocrisia a proibição do aborto e das drogas
porque limitariam uma suposta liberdade, o assessor questionou apontando que,
se formos seguir esta linha, também seria hipocrisia ter as leis de trânsito,
jáque muitos morrem no trânsito, ou leis punitivas dos assassinatos pois muitos
matam todos os dias.
“Nem
tudo o que a lei diz para fazer é moralmente lícito”.
Foi
a partir desta afirmação que padre Rafael Fornasier deu pistas de ação pastoral
e social para que todos se empenhem contra as leis abortistas e posturas que
violam a vida humana.
Entre
as indicações de ações estão a coleta de assinaturas para aprovação do Estatuto
do Nascituro; acompanhamento dos procedimentos legislativos e dos julgamentos
no STF; criação e promoção de associações de família, pró-vida, juristas
(âmbito civil) e de médicos; criação e promoção de comissões de respeito,
promoção e defesa da vida; formação de programas de
acolhida e acompanhamento
em favor da vida (exemplos: CAM, Projeto Raquel, Sonho de Mãe, Fazenda da
Esperança).
Um
outro ponto de destaque a ser empreendido pelos jovens é a formação contínua,
através de documentos e do Catecismo da Igreja, cursos em seminários e
institutos, além de grupos de estudo.
Envio Com
a Santa Missa, presidida pelo presidente da Comissão Episcopal para a
Juventude, Dom Eduardo Pinheiro, neste domingo, 15, o Seminário de Bioética
chegou ao fim. Conforme apontou Dom Eduardo, a partir deste encontro os jovens
são enviados para as suas dioceses, movimentos, pastorais e comunidades para
que disseminem todo o contéudo deste final de semana.
Antes
da Celebração Eucarística, os jovens tiveram ainda, na manhã deste domingo, um
momento final de perguntas e respostas, com a presença de Dom Chomali, Dom
Antônio Augusto, Dr.ª Lenise Garcia e da Drª. Alice Teixeira Ferreira, do
Departamento de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista
de Medicina (Unifesp/EPM), além da apresentação das Comissões para Juventude e
para Vida e Família da CNBB e dos Jovens Conectados
Fonte: Boletim da CNBB.
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